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Mesmo com intervenção do BC, dólar comercial fecha em alta, a R$ 4,72

À tarde, o BC realizou um leilão de dólar à vista de 465 milhões de dólares para frear a alta da moeda que chegou a bater R$ 4,795 na máxima do dia

Dólar: no acumulado do ano, a moeda americana acumula valorização de mais de 18% frente ao real (Adam Gault/Getty Images)

Dólar: no acumulado do ano, a moeda americana acumula valorização de mais de 18% frente ao real (Adam Gault/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 9 de março de 2020 às 17h17.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 18h05.

São Paulo - O dólar comercial, usado em transações entre empresas e bancos, fechou em alta de 1,97% nesta segunda-feira (9), vendido por R$ 4,72. Na cotação máxima durante o dia, a moeda americana chegou a R$ 4,795 reais, um novo recorde. Já o dólar turismo fechou em R$ 4,92, com elevação de 2,28%. No acumulado do ano, a moeda americana acumula valorização de mais de 18% frente ao real. 

O dólar segue em forte valorização mesmo diante das intervenções do Banco Central para tentar conter a cotação. Nesta tarde, o Banco Central realizou um leilão à vista de 465 milhões de dólares, mais cedo ele já tinha colocado 3 bilhões de dólares spot em apenas um leilão. É o maior volume a ser liquidado em um mesmo dia desde pelo menos 11 de maio de 2009.

Na última sexta-feira (9), o BC tinha anunciado que o leilão seria de 1 bilhão, mas frente ao nervosismo do mercado financeiro com a nova crise do petróleo protagonizada pela Arábia Saudita e Rússia, a autoridade ampliou a venda de dólares. 

“As intervenções do Banco Central nesse momento são só para dizer ao mercado que ele está atento. Mas não tem nada que ele possa fazer para interromper a sequência de alta. O câmbio está totalmente distorcido”, afirma Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio da FB Capital.

Os inventidores analisaram também ao longo do dia as declarações do diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, que afirmou que a autoridade monetária usará as ferramentas e montantes necessários para prover liquidez e funcionalidade ao mercado cambial.

"As intervenções têm sido pontuais, respondendo a eventos e disfuncionalidades específicas, mas podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio."

Ele disse ainda que a atual conjuntura permite ao BC dispor de todos os seus instrumentos, no volume que entender apropriado, para promover o regular funcionamento do mercado de câmbio.

 

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