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China limita suspensão de ações para ser incluída no MSCI

Interrupções ficarão restritas a três meses para grandes reestruturações de ativos e a um mês durante colocações privadas, segundo comunicados


	Investidor olha gráfico de ações em Bolsa de Xangai, na China
 (AFP Photo)

Investidor olha gráfico de ações em Bolsa de Xangai, na China (AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2016 às 14h40.

As Bolsas de Valores da China publicaram normas que restringem as interrupções das negociações. A decisão aumenta as probabilidades de que as ações do país denominadas em yuans sejam incluídas nos índices globais de referência do MSCI.

As normas visam limitar suspensões arbitrárias nas ações chinesas, conhecidas como ações Classe A, disseram as Bolsas de Xangai e Shenzhen em comunicados separados, nesta sexta-feira.

As interrupções ficarão restritas a três meses para grandes reestruturações de ativos e a um mês durante colocações privadas. As Bolsas terão o direito de recusar pedidos de interrupção sob condições extremas do mercado a fim de proteger os investidores, afirmaram os comunicados.

As Bolsas da China permitiram suspensões que fecharam o mercado de ações quando as autoridades lutavam para deter uma queda forte de US$ 5 trilhões no terceiro trimestre do ano passado.

O MSCI disse em março que a decisão de incluir as ações Classe A em seus índices dependerá, em parte, de que as autoridades reguladoras implementem modificações para que as suspensões generalizadas não possam acontecer novamente.

A aprovação poderia ser concedida já no próximo mês e poderia atrair bilhões de dólares em fluxos de capital e dar força a um mercado acionário que vem tendo o pior desempenho do mundo neste ano.

“Isso definitivamente será um bom acontecimento e aumentará a chance de que as ações Classe A sejam incluídas nos índices da MSCI”, disse Shen Zhengyang, analista da Northeast Securities em Xangai.

“Isso mostra que a autoridade reguladora está disposta a integrar o mercado acionário local aos mercados internacionais. As suspensões das ações eram uma bagunça e os fundos não podiam negociar algumas das ações mesmo se estivessem dispostos a comprar. Agora, com as normas, a liquidez da negociação de ações vai melhorar.”

Preocupação do investidor

Uma pesquisa da Bloomberg com estrategistas e gestores de fundos concluiu que 16 dos 23 participantes mencionaram a suspensão das ações como o principal obstáculo para a inclusão da China nos índices MSCI.

Os controles de capitais, a intervenção do governo, a titularidade beneficiária das ações e as cotas de investimento transfronteiriço foram outras preocupações comuns apontadas antes da decisão da MSCI, que será tomada em junho, mostrou a pesquisa.

“A questão das suspensões tem tido prioridade na agenda e o governo chinês está tentando lidar com as preocupações dos investidores”, disse Hao Hong, estrategista-chefe para a China da Bocom International Holdings em Hong Kong. “Eles estão mudando as normas para poder entrar. Isso aumenta as probabilidades de entrar.”

Nos comunicados desta sexta-feira, as bolsas disseram que uma reunião de acionistas deve ser convocada para suspensões mais longas. As novas normas entrarão em vigência imediatamente.

“Mesmo que a China seja incluída, será com um peso muito modesto inicialmente”, disse Khiem Do, diretor de estratégia de múltiplos ativos da Baring Asset Management em Hong Kong.

“No fim das contas, se os investidores vão ou não usar essa oportunidade para comprar depende do tipo de crescimento que o mercado poderia oferecer. Ninguém vai se interessar se eles não puderem fornecer um bom crescimento dos lucros.”

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