DONALD TRUMP E XI JINPING: concluída "fase um" de negociação (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 06h01.
Última atualização em 9 de dezembro de 2019 às 06h47.
São paulo — Lá vamos nós outra vez. A pouco mais de 20 dias do fim do ano, esta segunda-feira traz um novo capítulo da grande novela de 2019: o vaivém da guerra comercial que o presidente americano trava com a China (e, cada vez mais, com novos alvos, como o Brasil).
Desta vez, a semana começa com sinais aparentemente positivos. O governo chinês afirmou, segunda a agência Reuters, que espera chegar a um acordo “assim que possível”, num ambiente carregado de pressão porque no domingo 15 deve entrar em vigor uma nova leva de tarifas americanas sobre 160 bilhões de dólares em produtos chineses, incluindo eletrônicos e produtos usualmente comprados no Natal, como roupas e brinquedos.
Em outra frente, segundo o Financial Times, a China determinou a substituição de equipamentos americanos de tecnologia em todas as autarquias em três anos, numa estocada a empresas como HP, Microsoft e Dell.
A China demanda que os Estados Unidos derrubem algumas das tarifas já impostas sobre 375 bilhões de dólares em produtos, além de cancelar a nova leva. Os americanos demandam compromisso para a compra de produtos agrícolas e concessões em propriedade intelectual. Ren Hongbin, representante chinês nas negociações, afirmou em comunicado que espera que as negociações avancem com “igualdade e respeito mútuo”.
Com a proximidade das novas tarifas, a relação entre os dois países havia azedado nas últimas semanas, com o governo americano apoiando os protestos em Hong Kong e criticando até a repressão chinesa contra a minoria uigur, acusada de ser submetida a campos de concentração no interior do país. Trump também sinalizou novas taxas, e novas acusações de deslealdade, a Brasil, Argentina e França.
As principais bolsas asiáticas fecharam em leve alta nesta segunda-feira, e a perspectiva também é positiva na Europa não só pelo comunicado chinês, mas pelos dados positivos de emprego nos Estados Unidos, na sexta-feira, reforçando o menor desemprego da história do país. Na semana passada o Ibovespa subiu 2,67%, para um novo recorde de 111.125 pontos, puxado também pelo dado positivo do PIB brasileiro, que avançou 0,6% no terceiro trimestre.
Os próximos dias devem ser marcados também pela expectativa com a decisão das novas taxas de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Por aqui, a previsão é de nova queda na Selic, de 5% para 4,5%, no que pode ser o fim de um ciclo que colocou a taxa básica brasileira no menor patamar da história.