Mercados

Céticos da bitcoin se perguntam o que vai fazer a bolha estourar

Bitcoin e bolha se tornaram praticamente sinônimos na cabeça de muitos céticos durante o espetacular rali deste ano

Mão segura uma bitcoin (Getty Images/Getty Images)

Mão segura uma bitcoin (Getty Images/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 15h41.

São Paulo - Bitcoin e bolha se tornaram praticamente sinônimos na cabeça de muitos céticos durante o espetacular rali deste ano. Embora a moeda digital tenha desafiado as profecias apocalípticas, ainda há várias formas de que esta festa possa acabar mal para o crescente número de otimistas.

Mas lembre-se: muitas das possíveis causas de morte surgiram nos últimos anos e até agora mostraram ser incapazes de relegar a bitcoin ao esquecimento.

Ramificações

As múltiplas derivações da bitcoin poderiam fazer com que a maior moeda digital do mundo por valor de mercado perca sua coroa.

Divisões entre os desenvolvedores sobre como melhorar a rede da bitcoin provocaram “forks” ou seja, ramificações, nas quais versões diferentes da moeda são separadas da original.

Um excesso de fragmentação poderia criar um problema para a bitcoin, como criou para o sistema financeiro dos EUA durante a era dos serviços bancários livres. Quanto às criptomoedas, o gerente de hedge funds Mike Novogratz advertiu: ‘Nem tudo pode ganhar’ -- mas isso não o impediu de abrir um fundo de US$ 500 milhões para investir nessa classe de ativos.

Regulações mais estritas

Devido ao passado atribulado da bitcoin, que já foi um meio para comprar materiais ilícitos, um instrumento de fuga de capitais e uma vítima de roubos, não é nenhuma surpresa que os órgãos reguladores do mundo inteiro vigiem essa classe de ativos. Assim, o fantasma de uma campanha de repressão total contra as criptomoedas continua sendo um risco sempre presente.

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) vigia as moedas criptografadas e já publicou diretrizes onde afirma que alguns tokens poderiam ser títulos, o que os tornaria sujeitos a supervisão.

Mark Haefele, gerente de investimentos da UBS Group, disse que o gerente de riqueza não iria dedicar fundos ao bitcoin porque "bastaria um incidente terrorista nos EUA financiado por bitcoins para que o regulador dos EUA interviesse e tomasse medidas muito mais sérias".

O futuro presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, disse que o bitcoin não é suficientemente grande para ser importante agora, mas aludiu à possibilidade de que possa impedir o mecanismo de transmissão do banco central "no longo, longo prazo".

Isso aumenta as probabilidades de a bitcoin se tornar uma vítima do próprio sucesso, se as criptomoedas forem amplamente adotadas e representarem uma ameaça para a capacidade do governo de cobrar impostos ou para a eficácia da política monetária.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinBolhas econômicasCriptomoedasSEC

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado