Carne dá melhor retorno do mundo aos investidores da JBS
Companhia está derrotando os rivais no mercado de dívida à medida que tira proveito de uma demanda recorde por carne de boi e de frango
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2014 às 15h40.
São Paulo/Brasília - A JBS , maior produtora de carnes do mundo, está derrotando os rivais no mercado de dívida à medida que a companhia tira proveito de uma demanda recorde por carne de boi e de frango para reduzir sua alavancagem.
Os US$ 775 milhões em bônus da JBS com vencimento em 2023 deram um retorno de 19% neste ano, o maior entre os títulos de dívida vendidos por 39 empresas de alimentos com notas de crédito semelhantes e mais que o dobro do ganho médio de 8,1% para o setor, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Os títulos da JBS estão sendo comercializados a mais de 100 centavos por dólar, ante apenas 87 centavos em setembro de 2013. A empresa reforçou os empréstimos para financiar cerca de US$ 3,6 bilhões em aquisições no último ano.
Os preços da carne bovina estão no maior nível já registrado devido ao aumento da demanda em países como a China.
As recentes aquisições da JBS, incluindo a compra da Seara, a segunda maior produtora brasileira de frangos e alimentos processados, também estão rendendo frutos.
A venda de alimentos com margens de lucro mais elevadas ajudou a JBS a reduzir sua dívida líquida para apenas 2,7 vezes os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o menor nível de alavancagem desde que a companhia abriu seu capital.
“O perfil da JBS melhorou consideravelmente desde que comprou a Seara”, disse Klaus Spielkamp, diretor de vendas de renda fixa da Bulltick LLC em Miami, em entrevista por telefone.
“Está se diversificando mais e reduzindo a exposição ao risco das commodities”.
O rendimento dos títulos de dívida da JBS com vencimento em 2023 caiu 1,79 ponto porcentual neste ano, quatro vezes mais do que a média, para 6,12%, um sinal de confiança dos investidores em relação à capacidade da empresa de honrar seus compromissos.
A geração de caixa livre da JBS triplicou para R$ 2,14 bilhões (US$ 940 milhões) no terceiro trimestre, impulsionada pela alta nos preços da carne, a queda nos custos com ração e a desvalorização do real em relação ao dólar. Processo de desalavancagem
A JBS está “bem diversificada geograficamente, assumiu dívida, adquiriu empresas, conseguiu integrá-las bem e desalavancou com um fluxo de caixa maior”, disse Ian McCall, gestor de recursos que administra cerca de US$ 107 milhões na Quesnell Capital, com sede em Genebra.
A margem de lucro operacional da JBS subiu de 7,1%, há um ano, para 11,8% no terceiro trimestre à medida que a venda de produtos de maior valor agregado, como massas e comidas congeladas, passou a representar uma maior fatia dos negócios.
A JBS Foods, a unidade de frangos e alimentos processados formada após a compra da Seara, registrou uma margem de 17,1% no último trimestre, o dobro da margem da JBS Mercosul, que concentra a produção de carne bovina in natura na América do Sul.
Moeda desvalorizada
A JBS também está se beneficiando do enfraquecimento da moeda brasileira, que se desvalorizou 13% desde o fim de junho, já que 84% de suas vendas são denominadas em dólares.
A receita de R$ 30,8 bilhões no terceiro trimestre, apurada com um câmbio médio de R$ 2,29 por dólar, poderia ser até R$ 6 bilhões maior com a atual taxa de câmbio, disse o CEO Wesley Batista, cuja família controla a empresa, em reunião com investidores no dia 13 de novembro, quando o dólar estava a R$ 2,5888.
Os bônus da JBS, como outros títulos brasileiros, perderam fôlego neste mês à medida que os desdobramentos da operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga um esquema de desvio de recursos na Petrobras, minaram a confiança dos investidores no país, afirmou Revisson Bonfim, diretor de análises de mercados emergentes da Sterne Agee Leach.
As notas da JBS SA com vencimento em 2023 caíram 1,35% em novembro.
“Isso tem a ver com as notícias negativas que chegam do Brasil”, disse Bonfim sobre as perdas deste mês. “Com certeza, não foram provocadas pelo desempenho da empresa”.
Embora o escândalo de corrupção atrapalhe a confiança dos investidores no Brasil, a expansão da JBS em novos negócios torna a empresa mais atraente, de acordo com Spielkamp.
“Gosto da JBS e acho que os bônus vão subir de novo depois dessa volatilidade”, disse ele.
São Paulo/Brasília - A JBS , maior produtora de carnes do mundo, está derrotando os rivais no mercado de dívida à medida que a companhia tira proveito de uma demanda recorde por carne de boi e de frango para reduzir sua alavancagem.
Os US$ 775 milhões em bônus da JBS com vencimento em 2023 deram um retorno de 19% neste ano, o maior entre os títulos de dívida vendidos por 39 empresas de alimentos com notas de crédito semelhantes e mais que o dobro do ganho médio de 8,1% para o setor, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Os títulos da JBS estão sendo comercializados a mais de 100 centavos por dólar, ante apenas 87 centavos em setembro de 2013. A empresa reforçou os empréstimos para financiar cerca de US$ 3,6 bilhões em aquisições no último ano.
Os preços da carne bovina estão no maior nível já registrado devido ao aumento da demanda em países como a China.
As recentes aquisições da JBS, incluindo a compra da Seara, a segunda maior produtora brasileira de frangos e alimentos processados, também estão rendendo frutos.
A venda de alimentos com margens de lucro mais elevadas ajudou a JBS a reduzir sua dívida líquida para apenas 2,7 vezes os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o menor nível de alavancagem desde que a companhia abriu seu capital.
“O perfil da JBS melhorou consideravelmente desde que comprou a Seara”, disse Klaus Spielkamp, diretor de vendas de renda fixa da Bulltick LLC em Miami, em entrevista por telefone.
“Está se diversificando mais e reduzindo a exposição ao risco das commodities”.
O rendimento dos títulos de dívida da JBS com vencimento em 2023 caiu 1,79 ponto porcentual neste ano, quatro vezes mais do que a média, para 6,12%, um sinal de confiança dos investidores em relação à capacidade da empresa de honrar seus compromissos.
A geração de caixa livre da JBS triplicou para R$ 2,14 bilhões (US$ 940 milhões) no terceiro trimestre, impulsionada pela alta nos preços da carne, a queda nos custos com ração e a desvalorização do real em relação ao dólar. Processo de desalavancagem
A JBS está “bem diversificada geograficamente, assumiu dívida, adquiriu empresas, conseguiu integrá-las bem e desalavancou com um fluxo de caixa maior”, disse Ian McCall, gestor de recursos que administra cerca de US$ 107 milhões na Quesnell Capital, com sede em Genebra.
A margem de lucro operacional da JBS subiu de 7,1%, há um ano, para 11,8% no terceiro trimestre à medida que a venda de produtos de maior valor agregado, como massas e comidas congeladas, passou a representar uma maior fatia dos negócios.
A JBS Foods, a unidade de frangos e alimentos processados formada após a compra da Seara, registrou uma margem de 17,1% no último trimestre, o dobro da margem da JBS Mercosul, que concentra a produção de carne bovina in natura na América do Sul.
Moeda desvalorizada
A JBS também está se beneficiando do enfraquecimento da moeda brasileira, que se desvalorizou 13% desde o fim de junho, já que 84% de suas vendas são denominadas em dólares.
A receita de R$ 30,8 bilhões no terceiro trimestre, apurada com um câmbio médio de R$ 2,29 por dólar, poderia ser até R$ 6 bilhões maior com a atual taxa de câmbio, disse o CEO Wesley Batista, cuja família controla a empresa, em reunião com investidores no dia 13 de novembro, quando o dólar estava a R$ 2,5888.
Os bônus da JBS, como outros títulos brasileiros, perderam fôlego neste mês à medida que os desdobramentos da operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga um esquema de desvio de recursos na Petrobras, minaram a confiança dos investidores no país, afirmou Revisson Bonfim, diretor de análises de mercados emergentes da Sterne Agee Leach.
As notas da JBS SA com vencimento em 2023 caíram 1,35% em novembro.
“Isso tem a ver com as notícias negativas que chegam do Brasil”, disse Bonfim sobre as perdas deste mês. “Com certeza, não foram provocadas pelo desempenho da empresa”.
Embora o escândalo de corrupção atrapalhe a confiança dos investidores no Brasil, a expansão da JBS em novos negócios torna a empresa mais atraente, de acordo com Spielkamp.
“Gosto da JBS e acho que os bônus vão subir de novo depois dessa volatilidade”, disse ele.