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CÂMBIO-Dólar tem 7a queda mesmo após BC comprar moeda duas vezes

Por José de Castro SÃO PAULO, 9 de setembro (Reuters) - O dólar engatou a sétima queda seguida ante o real nesta quinta-feira, diante das contínuas perspectivas de ingressos da moeda no país, em mais uma sessão com atuação dupla do Banco Central. A moeda norte-americana recuou 0,12 por cento, a 1,723 real na venda, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2010 às 13h55.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 9 de setembro (Reuters) - O dólar engatou a
sétima queda seguida ante o real nesta quinta-feira, diante das
contínuas perspectivas de ingressos da moeda no país, em mais
uma sessão com atuação dupla do Banco Central.

A moeda norte-americana recuou 0,12 por cento, a
1,723 real na venda, oscilando entre alta de 0,12 por cento e
queda de 0,17 por cento ao longo da jornada. A moeda teve a
maior série de baixas desde o início de junho de 2009.

"É natural esse comportamento do dólar hoje (a pouca
oscilação). Daqui para frente essa vai ser a tônica do mercado
com a expectativa pela atuação do BC", disse Moacir Marcos
Junior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.

"Você não tem motivo para (o dólar) subir. Tem para cair,
mas aí o BC diz 'não quero abaixo desse nível' e então o
mercado fica reticente", completou.

Pela segunda sessão consecutiva, a autoridade monetária
realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista,
após na véspera ter seguido esse script pela primeira vez desde
maio.

Ainda assim, profissionais do mercado avaliam que a
tendência para a divisa dos EUA, ao menos no curto prazo, é de
queda. Ele citam principalmente as volumosas estimativas de
entradas advindas da gigantesca oferta de ações da Petrobras,
que deve acontecer no final do mês, e de emissões de
bônus por empresas.

"A questão é que ninguém tem certeza se os dólares da
Petrobras serão integralmente internalizados. Nada impediria
que parte desses recursos ficasse lá fora", ponderou Carlos
Alberto Postigo, gerente de negócios da Casa Paulista
Assessoria Bancária.

"Por conta disso, o pessoal está mais cuidadoso e diminuiu
a venda de dólares, justamente para não se expor
excessivamente", acrescentou.

O mercado também repercutiu as notícias de emissão de 500
milhões de dólares em títulos de 10 anos pela empresa de papel
e celulose Suzano e de cerca de 4 bilhões de dólares
de emissões de Telemar , BNDES, Vale e
Odebrecht.

Postigo avaliou que, mesmo com a perspectiva de mais
entradas no curto prazo, a expectativa por uma atuação mais
firme do Banco Central deve manter a oscilação da moeda numa
faixa mais estreita.

"O real já está valorizado no atual nível, e o BC está de
olho nisso. Vamos ver se o mercado testa a disposição do BC em
fazer um leilão de swap reverso, por exemplo."

(Edição de Aluísio Alves)

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