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CÂMBIO-Dólar tem 4a queda, mas suporte em R$1,70 permanece

Por José de Castro SÃO PAULO, 2 de dezembro (Reuters) - O dólar cravou a quarta baixa seguida ante o real nesta quinta-feira, na maior sequência do tipo em cerca de três meses, reagindo ao otimismo externo em meio a perspectivas de alívio na crise europeia e a dados sugerindo recuperação na economia norte-americana. No […]

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 15h52.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 2 de dezembro (Reuters) - O dólar cravou a
quarta baixa seguida ante o real nesta quinta-feira, na maior
sequência do tipo em cerca de três meses, reagindo ao otimismo
externo em meio a perspectivas de alívio na crise europeia e a
dados sugerindo recuperação na economia norte-americana.

No fechamento, a cotação recuou 0,23 por cento, a
1,703 real na venda, mantendo-se nos menores níveis em mais de
três semanas. Na mínima, a divisa dos EUA cedeu a 1,700 real,
com desvalorização de 0,41 por cento.

"O clima no exterior hoje está positivo. Bolsas em alta,
dólar lá fora em queda. Apenas estamos acompanhando", disse
Luiz Antônio Abdo, gerente de câmbio da corretora Souza
Barros.

O índice MSCI de ações mundiais e o euro
davam sequência à alta da véspera, em meio a notícias de
que o Banco Central Europeu (BCE) estaria dando suporte a
títulos públicos de Portugal e Irlanda por meio da intervenção
direta no mercado.

Dados nos EUA também motivaram maior apetite por risco. As
vendas pendentes de casas mostraram um inesperado crescimento
em outubro, enquanto as vendas de automóveis subiram mais que o
esperado no mês passado.

SUPORTE EM R$1,70

Apesar do otimismo, a moeda não conseguiu romper o suporte
de 1,70 real, com profissionais apontando posições em torno
desse patamar, também diante da avaliação de que o governo
voltaria a atuar mais incisivamente para frear uma queda mais
acentuada da divisa norte-americana.

"Esse é o nível em que o pessoal começa a ficar de olho
para ver se o Banco Central vai entrar mais forte. O BC colocou
as 'barbas de molho', não precisou agir diante da turbulência
do próprio mercado. Mas se de repente (o dólar) começar a cair
muito, ele pode lançar mão sim de ferramentas para impedir uma
queda maior", disse Abdo.

Desde o último dia 10 a autoridade monetária não realiza
dois leilões de compra de dólares no mercado à vista. No
período, a moeda chegou a alcançar o pico em dois meses e meio
ante o real, respondendo ao recrusdecimento da crise na Irlanda
que recentemente derrubou o euro ao piso em mais de dois meses
contra o dólar.

Com a cotação ainda acima de 1,70 real, o BC manteve apenas
um leilão de aquisição de dólares, definindo a taxa de 1,7022
real como corte.

O operador Marcos Trabbold, da B&T Corretora, citou ainda
que "travas" de posições também desfavoreceram a queda do dólar
abaixo de 1,70 real.

"De manhã ele (o dólar) até testou esse nível, mas não
conseguiu recuar mais. O volume está fraco também e até para
quem quer fazer movimento especulativo está complicado derrubar
a moeda abaixo de 1,70 (real).

De acordo com dados parciais da BM&FBovespa, pouco mais de
2 bilhões de dólares haviam sido registrados na clearing
(câmara de compensação) até alguns minutos antes do fechamento,
abaixo da média diária em torno de 3 bilhões de dólares na
última semana.

(Edição de Silvio Cascione)

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