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CÂMBIO-Dólar sobe à máxima desde setembro; BC mantém ação branda

Dólar fecha a 1,724 real, em alta de 0,29 por cento Mercado aguarda aumento do juro na China BC faz apenas um leilão de compra de dólares Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 12 de novembro (Reuters) - A incerteza com a dívida da Irlanda e com a política de juros da China manteve a tendência […]

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 15h59.

  • Dólar fecha a 1,724 real, em alta de 0,29 por cento

  • Mercado aguarda aumento do juro na China

  • BC faz apenas um leilão de compra de dólares

    Por Silvio Cascione

    SÃO PAULO, 12 de novembro (Reuters) - A incerteza com a
    dívida da Irlanda e com a política de juros da China manteve a
    tendência de alta do dólar nesta sexta-feira, permitindo pelo
    segundo dia uma atuação mais branda do Banco Central.

    A moeda norte-americana subiu 0,29 por cento, para
    1,724 real. É a maior cotação de fechamento desde 20 de
    setembro. Na semana, o dólar acumulou valorização de 2,62 por
    cento. Em novembro, a alta é de 1,23 por cento.

    O movimento ocorreu em linha com o cenário internacional.
    As commodities, uma dos principais fontes de dólares para o
    Brasil, despencavam 3,4 por cento no mercado externo ,
    após sinais de que a China anunciará em breve mais um aumento
    da taxa de juros. Soja e milho chegaram a atingir limite de
    baixa na bolsa de Chicago, e o açúcar despencou mais de 9 por
    cento no mercado futuro em Nova York. [ID:nN12138194]

    Na Europa, o euro oscilou ao sabor das notícias
    sobre a Irlanda. Pela manhã, a moeda sofreu com rumores de que
    Dublin pediria ajuda financeira para honrar a dívida, a exemplo
    do ocorrido na Grécia. Mais tarde, o euro se recuperou com o
    desmentido de autoridades irlandesas e europeias.

    De toda forma, os episódios mantiveram os investidores com
    a cautela dos últimos dias. O operador de câmbio de um banco,
    que não quis ser identificado, chamou a atenção para a aposta
    menor dos estrangeiros na valorização do real, com diminuição
    de quase 4 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda
    norte-americana na BM&FBovespa nos últimos quatro dias.

    "É como se tivesse encontrado um fundo. Você vê que as
    commodities estão caindo também. Dá a impressão de que segue,
    até o fim do ano, um cenário de correção das distorções que
    houve no mercado no segundo semestre", disse.

    Somando os mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI),
    os estrangeiros tinham na quinta-feira 11,462 bilhões de
    dólares em posições vendidas. O fluxo no mercado à vista também
    é mais escasso no mês, com saldo negativo de 1,406 bilhão de
    dólares no mês até a última sexta-feira. [ID:nSAR002452]

    BC REPETE INTERVENÇÃO AMENA

    O cenário mais propício à alta do dólar permitiu que o
    Banco Central fizesse apenas um leilão de compra de dólares,
    pelo segundo dia seguido. A taxa de corte foi de 1,7231 real.

    "Eles estão poupando um pouco de bala. Estão vendo que o
    mercado está indo sozinho. Eventualmente, em momentos de mais
    estresse, eles podem intervir com mais vontade."

    De fato, a percepção é de que o governo tem no gatilho
    medidas adicionais contra a valorização do real, caso o dólar
    retome a tendência anterior de queda. A reunião do G20, na
    Coreia do Sul, terminou sem um plano de ação multilateral para
    enfrentar os desequilíbrios cambiais e econômicos no mundo.

    Os analistas Michael Gavin, Alanna Gregory e Jose Wynne,
    do Barclays, porém, mencionam que o governo precisa levar em
    conta a inflação de alimentos e commodities antes de agir com
    muita intensidade no mercado de câmbio. Caso contrário, correm
    o risco de fomentar a alta dos preços com o dólar mais caro.

    "O foco em competitividade, em um ambiente global mais
    inflacionário, aumenta o risco", afirmaram.

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