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Possível calote por parte dos EUA seria “catastrófico”, alerta Pimco

Maior gestora de fundos do mundo está preocupada com a capacidade de o governo americano honrar seus pagamentos aos credores

O conselho no momento é “que o governo se reúna e resolva o tema em questão com um pacote de reformas de médio-prazo", sugere El-Erian (Wikimedia Commons/Divulgação)

O conselho no momento é “que o governo se reúna e resolva o tema em questão com um pacote de reformas de médio-prazo", sugere El-Erian (Wikimedia Commons/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 16h25.

São Paulo - Mohamed El-Erian, CEO da Pacific Investment Management Co. (Pimco, maior gestora de fundos de investimentos do mundo), alertou que um possível calote por parte do governo dos Estados Unidos aos seus credores no curto prazo poderia provocar "consequências legais catastróficas”.

Em entrevista ao programa “Fareed Zakaria GPS” da rede americana CNN, agendada para ir ao ar amanhã (26), o executivo disse que estaremos “na terra do imprevisível” caso os legisladores dos Estados Unidos não concordem em elevar o teto da dívida pública para 14,3 trilhões de dólares, fazendo com que o governo da maior economia do mundo não consiga honrar seus pagamentos.

As declarações de El-Erian surgem após o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) ter alertado os congressistas republicanos sobre as consequências de se impedir o aumento do teto da dívida pública.

"Impedir isso de forma oportunista seria prejudicial para o objetivo de obter uma situação fiscal melhor para nossa nação", disse o presidente da autoridade monetária em discurso realizado em 14 de junho. Ainda segundo Bernanke, barrar o aumento do teto da dívida afetaria também a confiança do investidor na economia do país e na capacidade de os Estados Unidos honrarem seus compromissos.

Segundo citações de El-Erian obtidas com antecipação pela reportagem da Bloomberg, o conselho no momento é “que o governo se reúna e resolva o tema em questão com um pacote de reformas de médio-prazo”. A Pimco acredita atualmente que há mais valor em outros bônus do que na dívida dos Estados Unidos, principalmente porque o Tesouro americano deve interromper ainda neste mês o programa de estímulos de 600 bilhões de dólares para alavancar a economia local, prevê o executivo.

“Uma regra básica para o investidor é não comprar uma coisa sem ao menos saber que haverá alguém para comprá-la mais tarde”, disse El-Erian. “Então quando você olha para os títulos da dívida dos EUA, estamos vendo o grande comprador se afastando do mercado. E a pergunta que surge é: quem é que continuará comprando nos mesmos níveis? Neste caso, não há maior comprador do que o próprio Fed”, completa.

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