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Caixa Econômica planeja IPOs em 2017

As iniciativas da Caixa acontecem num momento em que o banco enfrenta cenário de maiores despesas com provisões para perdas com inadimplência


	Caixa: um dos planos prioritários do banco estatal é a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade
 (Nadia Sussman/Bloomberg)

Caixa: um dos planos prioritários do banco estatal é a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade (Nadia Sussman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 16h47.

São Paulo - A Caixa Econômica Federal planeja listar duas empresas na bolsa em 2017, além de operacionalizar sua gestora de loterias instantâneas, enquanto se prepara para criar uma unidade para explorar cassinos, bingos e uma versão legalizada do jogo do bico, disse uma fonte diretamente a par do assunto.

"Pretendemos destravar tudo no ano que vem", disse a fonte, que pediu anonimato porque o assunto é sigiloso.

As iniciativas da Caixa acontecem num momento em que o banco enfrenta cenário de maiores despesas com provisões para perdas com inadimplência numa economia em recessão, após vários anos de crescimento acelerado do crédito.

Um dos planos prioritários do banco estatal é a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, empresa que reúne os negócios do banco estatal nas áreas de seguros e previdência.

A operação, que deveria ter acontecido em 2015, foi adiada devido às condições adversas do mercado.

Antes de retomar a operação, no entanto, a Caixa quer concluir a negociação sobre o contrato futuro de exclusividade para venda de seguros da Caixa.

O contrato atual com os sócios franceses da CNP Assurances termina em 2021.

Caixa e CNP Assurances têm negociado uma possível renovação do contrato por mais 20 anos, mas o banco brasileiro está avaliando alternativas, entre elas a de fazer negócios separados por classes de produtos. "A Caixa pode fatiar os contratos", disse a fonte.

O IPO seguinte deve ser o da empresa que ainda está sendo estruturada e que reunirá as participações da Caixa em negócios de cartões, incluindo emissão e credenciamento, afirmou a fonte.

Em outra frente, a Caixa planeja tornar operacional a Lotex, ramo que vai gerenciar seu atual negócio de loteria instantânea, a chamada raspadinha.

O mais provável é que o banco encontre um parceiro privado para ter 51 por cento da empresa, mas ainda não foi batido o martelo sobre o modelo societário da companhia.

Uma vez que algumas definições relevantes sobre essas operações ainda não aconteceram, a Caixa ainda não tem uma estimativa de quanto pode levantar com os negócios.

Só com a Caixa Seguridade, a expectativa de fontes do mercado era de que a Caixa poderia levantar cerca de 7,5 bilhões de reais.

Analistas da Moody's avaliaram em julho que é mais provável que o governo apoie a Caixa por via regulatória do que por injeção de capital.

Caso uma capitalização seja necessária, segundo a Moody's, o banco estatal pode precisar do equivalente a 0,3 por cento do Produto Interno Bruto do Brasil, algo em torno de 17,5 bilhões de reais.

Jogos 

Além de levantar capital com vendas de participações em negócios já vigentes, a Caixa pretende criar uma divisão para atuar em outras áreas de jogos de azar, incluindo bingos, cassinos e uma versão legalizada do jogo do bicho, disse a fonte.

"Vamos operar tudo dentro da lei que está sendo votada no Congresso", afirmou o executivo. A ideia, disse, é buscar um parceiro, provavelmente no exterior, que tenha experiência no assunto e que deve ser majoritário no negócio.

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou na semana passada o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, que regulamenta as atividades de cassinos, jogo do bicho e bingos no país, além de máquinas de videobingo, caça-níqueis e apostas e jogos online. O assunto ainda precisa ser votado no plenário.

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