Warren Buffett diz o que esperar do mercado em 10 anos
Oráculo de Omaha também descartou a ideia de que haja um otimismo exagerado entre os investidores
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 16h14.
São Paulo – Em sua mais recente entrevista à rede CNBC, Warren Buffett se mostrou animado com o atual momento do mercado e descartou a ideia de que haja um otimismo exagerado.
“Não exista bolha nenhuma”, disse Buffett, rebatendo a opinião de gestor David Einhorn, que recentemente alertou para uma possível bolha no setor de tecnologia.
O Oráculo de Omaha, como é conhecido, também voltou a defender as estratégias de longo prazo. “Em 10 anos, tenho certeza de que as ações vão valer ainda mais”, afirmou.
Buffett acredita que, em linhas gerais, os lucros das companhias tendem a melhorar gradualmente a cada ano.
Ninguém é perfeito
Nos últimos 49 anos, o desempenho dos investimentos de Buffett conseguiu superar seu índice de referência (o chamado benchmark), o índice S&P 500 com dividendos.
Porém, em quatro dos últimos cinco anos, Buffett não conseguiu bater o índice. Tudo isso é mostrado, por meio de uma série de medições estatísticas, em um estudo conduzido por Salil Mehta, um estatístico independente com experiência em Wall Street e que já foi um dos diretores do Tesouro americano.
O estudo, parcialmente disponível no blog Statistical Ideas, sugere que de fato Buffett foi abençoado com o que se convenciona chamar no mercado de alfa – a habilidade para superar um índice sem adicionar risco ao portfólio. Não à toa o megainvestidor recebeu o apelido de Oráculo de Omaha.
Por outro lado, o estudo mostra também que superar a média do mercado é tão difícil que até mesmo Buffett parece estar “perdendo a mão” ultimamente.
A maior rede de eletrônicos para consumidores fez cortes agressivos nos preços para combater a competição acirrada do Wal-Mart, e de outras rivais, no que foi uma das temporadas com mais promoções desde a recessão.
A Staples anunciou recentemente que pretende fechar 225 lojas nos Estados Unidos e no Canadá – 12% de suas unidades na América do Norte - e projetou outro recuo de vendas trimestrais, no momento em que perde consumidores para redes de consumo de massa e varejistas online. A empresa tem 1.846 lojas nos Estados Unidos e no Canadá. A Staples disse que iniciou um plano multianual de redução de custos que deve gerar economia de custos antes de impostos de cerca de 500 milhões de reais até 2015.
Nos últimos anos, a Mattel tem enfrentado um mercado desafiado por tendências que mudam rapidamente, além da forte concorrência de produtos eletrônicos e restrições à publicidade infantil. A empresa busca se reinventar periodicamente por meio de seus principais produtos como Barbie, Hot Wheels e Max Steel.
Enquanto rumores dão conta de que a Amazon, companhia de Jeff Bezos, deve lançar um smartphone em junho deste ano, as ações da companhia amargam uma queda significativa em 2014. Recentemente, a empresa anunciou a compra da Comixology, um portal que armazena revistas em quadrinhos tanto de escritores independentes como das grandes editoras como a Marvel e a DC Comics.
A crise de confiança pela qual a General Motors (GM) passa atualmente mostra seus reflexos no mercado financeiro. A empresa teve recentemente sua imagem arranhada pela decisão de ignorar um defeito que pode ter causado centenas de vítimas apenas nos Estados Unidos. O problema começou em 2001, quando a GM detectou problemas em uma mola dentro do tambor do sistema de ignição em alguns de seus modelos. O problema pode provocar o apagamento inesperado do veículo em pleno funcionamento, desligando o sistema elétrico e cancelando o funcionamento do sistema de airbag.
Listada na bolsa de Nova York, a Discovery Communications também perde para o S&P 500, com um recuo superior a 10%. Atualmente, a Discovery tem operações espalhadas em 180 países, com 28 marcas.
A Avon divulgou uma receita menor que a esperada para o quarto trimestre de 2013, devido ao declínio nos negócios em mercados emergentes, que vinham sendo uma fonte de crescimento para a companhia de cosméticos conforme seus negócios na América do Norte se enfraqueciam. A receita caiu 10%, ficando em 2,67 bilhões de dólares.
O Goldman Sachs Group divulgou uma queda de 11% no lucro do primeiro trimestre, com a atividade de clientes permanecendo restrita e com uma queda nas receitas de renda fixa. O banco de Wall Street disse que seu lucro líquido caiu para 1,95 bilhão de dólares, ou 4,02 dólares por ação, nos três primeiros meses do ano, ante 2,19 bilhões de dólares, ou 4,29 dólares por ação, no mesmo período de 2013.