BRF desaba mais de 7% após Goldman recomendar venda das ações
Analistas defendem que inflação e cenário desafiador para consumo devem prejudicar empresa
Beatriz Quesada
Publicado em 11 de abril de 2022 às 12h27.
Última atualização em 11 de abril de 2022 às 17h27.
As ações da empresa de alimentos BRF (BRFS3 ) desabaram mais de 7% na bolsa nesta segunda-feira, 11, e foram o principal destaque negativo do Ibovespa. A forte queda nos papéis reagiu ao mais recente relatório do banco Goldman Sachs sobre a companhia, que recomenda a venda das ações.
O novo preço-alvo, de 14,50 reais, representa um potencial de baixa de 17% em relação ao último fechamento da ação.
- BRF (BRFS3): - 7,11%
No último mês, as ações da BRF valorizaram 15%, contra 4% do Ibovespa, acompanhando notícias sobre a estrutura societária da empresa – incluindo a eleição de um novo conselho de administração com o acionista controlador da Marfrig, Marcos Molina, como presidente.
Porém, o momento operacional no principal mercado brasileiro da empresa se deteriorou na visão dos analistas do Goldman. O relatório afirma que o recente ganho dos papéis não deve ser sustentado por conta da escalada da inflação no Brasil e do cenário “desafiador” para o consumo interno.
Vale lembrar que o IPCA de março, principal índice de inflação no Brasil, surpreendeu o mercado na última sexta-feira e reforçou a expectativa de analistas para novas altas na taxa básica de juros, a Selic.
“Há espaço limitado para novos aumentos de preços, os consumidores já estãoa redução para categorias de proteínas mais baratas e a concorrência da JBStem sido intenso. Margens mais baixas na Ásia e conversão cambial negativa também são fontes de desvantagem potencial adicional”, destacaram.
A expectativa do banco é de que o Ebitda (indicador de geração de caixa operacional) da companhia seja de 5,1 bilhões de reais em 2022, um valor 13% inferior ao esperado pelo consenso de mercado medido pela Bloomberg. Segundo o Goldman, a casa é a única com recomendação de venda para os papéis da BRF.