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Marfrig assume o controle da BRF, dona da Sadia e Perdigão

Aprovação veio depois de acordo com o fundo de pensão Previ

 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

(Rodolfo Buhrer/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 29 de março de 2022 às 21h03.

Última atualização em 30 de março de 2022 às 08h35.

A Marfrig e seu controlador, Marcos Molina, já podem ser chamados formalmente de controladores da BRF, mesmo tendo participação de 33,25% na empresa. Na assembleia geral de acionistas da produtora de frango e suínos realizada nesta segunda-feira, Molina conseguiu 97,88% dos votos para eleger sua chapa única no conselho de administração da companhia.

A aprovação veio depois que o fundo de pensão Previ (do Banco do Brasil), que detém 6,13% do capital da BRF, entrou em acordo com a Marfrig no domingo, véspera da assembleia, e indicou um dos membros da chapa de candidatos ao conselho.

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Com isso, o fundo retirou seu pedido de adoção da chamada sistemática do voto múltiplo na assembleia, feito no último dia 24 e que tinha o objetivo de dificultar a eleição de um conselho de administração formado por Molina e executivos de sua confiança.

No domingo, Marfrig e Previ assinaram comunicado em conjunto direcionado à BRF e que afirmavam recebeu correspondência, nos termos do Anexo II ao presente Comunicado, encaminhada pelos acionistas Marfrig Global Foods S.A. (“Marfrig”) e Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previ (“Previ”), na qual estes informam que, em função da decisão do Sr. Oscar de Paula Bernardes Neto de retirar sua candidatura ao Conselho de Administração, que “concordaram com o preenchimento da vaga surgida na chapa indicada para concorrer aos cargos no conselho de administração pelo sr. Aldo Luiz Mendes, doutor em Economia pela Universidade de São Paulo, ex-vice presidente de Finanças do Banco do Brasil e ex-diretor do Banco Central, nome indicado pela acionista Previ”.

O novo conselho da BRF tem o próprio Marcos Molina como presidente e, como vice-presidente, o atual presidente do conselho do Santander Brasil, Sergio Rial.

Fazem parte do novo board da BRF ainda, além de Aldo Luiz Mendes: Marcia Aparecida Marçal dos Santos, membro do conselho de administração da Marfrig e desde 2007 e presidente do braço de responsabilidade social da empresa de Molina; Eduardo Pocetti, ex-presidente da consultoria BDO e membro do conselho fiscal da Marfrig; Deborah Stern Vieitas, presidente da Amcham e membro do conselho de administração do Santander Brasil; o produtor rural Pedro de Camargo Neto; e Altamir Batista Mateus da Silva, ex-diretor do Banco Safra.

Entre os atuais conselheiros da BRF, permanecem Augusto Marques da Cruz Filho, atual vice-presidente do conselho, e Flavia Maria Bittencourt, presidente da Adidas.

Como resultado da negociação entre Marfrig e Previ, foi suprimido da primeira proposta de chapa o nome de Oscar de Paula Bernardes Neto, presidente do conselho de administração da Localiza e ex-presidente da Bunge.

A Marfrig já investiu cerca de R$ 7 bilhões em ações para conquistar sua posição acionária atual na BRF e é hoje a maior acionista da empresa, com 33,25% do capital. A previ é o segundo maior acionista, com 6,13%, seguida da gestora Kapitalo e do Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras), com 5,34% e 5,26%, respectivamente.

A BRF tem passado por dificuldades para crescer e manter a rentabilidade. Mais recentemente, enfrenta pressões de custos de insumos como o milho.

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