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Bradesco tenta “bombar” ações ordinárias com investidores estrangeiros

Proposta de aumentar participação de estrangeiros no capital votante fez procura por papéis BBDC3 disparar

Aumento de participação do investidor estrangeiro pode aumentar a liquidez das ações ordinárias do Bradesco (Germano Luders)

Aumento de participação do investidor estrangeiro pode aumentar a liquidez das ações ordinárias do Bradesco (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2011 às 18h54.

São Paulo – Os acionistas que detêm as ações ordinárias (BBDC3) do Bradesco tiveram hoje uma agradável surpresa. Fora do Ibovespa, o principal índice de ações do mercado de ações brasileiro, os papéis sempre tiveram uma baixa liquidez e volume quando comparados aos preferenciais (BBDC4), esses integrantes do índice.

O número de negócios feitos hoje com as ações ordinárias do banco, contudo, chegou a 6.817 e gerou um volume de 236,7 milhões de reais. Em 2011, para se ter uma ideia, no dia mais movimentado, o número de negócios chegou a 1.634. O volume ficou em 17,3 milhões de reais. A explicação para tal movimento incomum está em um comunicado distribuído hoje cedo pela administração do Bradesco.

O banco brasileiro manifestou a intenção de elevar o capital votante da empresa detido por investidores estrangeiros. O objetivo é a criação de um programa de ADRs (American Depositary Receipts) na bolsa de Nova York com o lastro em ações ordinárias. O pedido feito ao Banco Central solicita ainda o aumento do limite da participação estrangeira, atualmente de 14%, para 45% no capital ordinário.

Na sexta-feira, as ações ordinárias do banco, com menor liquidez, eram negociadas com um desconto de aproximadamente 20%. Para os analistas, essa pode ser uma boa oportunidade para adquirir os papéis ordinários, uma vez que o aumento de liquidez a ser criado pelo aumento da participação dos estrangeiros possa reduzir o diferencial entre as ações.

“Assumindo que o programa de ADRs ordinárias eventualmente seja aprovado pelos reguladores, acreditamos que o desconto em relação às ações preferenciais deve se reduzir (desde 2008, o desconto entre os papéis está entre 15-20%), basicamente como resultado do aumento de liquidez”, explicam os analistas do Barclays, Roberto Attuch and Fabio Zagatti.

Attuch e Zaffati ressaltam ainda que as ações preferenciais recebem 10% a mais em dividendos do que as ordinárias. As ordinárias, por sua vez, têm o benefício de 100% de tag-along na ocasião de uma troca de controle, enquanto que o percentual cai para 80% para as ações preferenciais. As ações ordinárias encerraram o dia com uma alta de 3,83%, negociadas a 26 reais. Os papéis preferenciais recuaram 0,69%, vendidos a 31,40 reais.

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