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Bradesco cai quase 5% após balanço decepcionar investidores

Para analistas, banco enfrenta dificuldade com receitas de serviços e falta solidez crescimento do lucro no longo prazo

Ações do Bradesco caem perdas na área de seguros e crescimento das despesas (Pilar Olivares/Reuters)

Ações do Bradesco caem perdas na área de seguros e crescimento das despesas (Pilar Olivares/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 13h05.

Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 13h09.

Após a divulgação do resultado, na manhã desta quinta-feira, as ações do Bradesco chegaram a cair 4,8%. Às 12h23, o papel se desvalorizava 3,95% e era negociado a 35,22 reais.

O Bradesco apresentou lucro líquido de 6,5 bilhões de reais no terceiro trimestre, 19,6% superior ao mesmo período do ano passado. Contudo, analistas apontam falta de solidez no crescimento e dificuldade na área de serviços.

Dois motivos ajudaram a aumentar o lucro do Bradesco no trimestre: uma menor alíquota efetiva de impostos e diminuição das despesas com provisões, que servem para cobrir eventuais calotes.  Em relatório, a equipe de research da XP disse que esses fatores não vão ajudar o banco no longo prazo.

Já o crescimento da margem financeira foi de 5% na comparação anual. Resultado “tímido” para os analistas da XP. Segundo a Guide Investimentos, o Bradesco tem enfrentado dificuldades para expandir a receita na área de serviços. Na comparação anual, o banco teve crescimento de 3,7% no segmento.

No terceiro trimestre, o banco faturou 1,9 bilhão de reais em receitas de conta corrente – 7,1% acima do terceiro trimestre de 2018. Mas, a chegada de novos concorrentes tem ameaçado grandes bancos na área. “A linha está sendo cada vez mais atacada por fintech”, escreveu a XP.

No setor de seguros, o resultado foi o pior do ano. No período, a área teve queda de 3%, que, segundo o banco, foi impulsionada por maiores despesas com sinistros do ramo da saúde. Para a XP, o resultado “desapontou”. A Guide vê a queda como uma influência negativa para as ações da empresa.

As casas também classificaram como negativo o aumento dos gastos. Na comparação com o terceiro trimestre de 2018, as despesas administrativas e com pessoal subiram 7,3% e 12,9%, respectivamente. Com o programa de demissão voluntária, o Bradesco pretende gastar mais 1,5 bilhão de reais.

As ações do Bradesco têm tido desempenho abaixo do Ibovespa. Até quarta-feira (30), os papéis da instituição financeira acumulavam alta de 14,8% no ano contra 23,35% do Ibovespa. Entre os grandes bancos, somente o Itaú, com alta de 45,7% no ano, supera o índice na Bolsa. Até o último fechamento, as ações Santander e Banco do Brasil acumulavam valorização de 13,58% e 8,71%, respectivamente.

Bancos em queda

Em dia ruim para os bancos, as ações do Itaú, Santander e do Banco do Brasil apresentavam perdas significativas, acima de 2%. Com forte participação na carteira do Ibovespa, a queda pressionava para baixo o principal índice de ações da Bolsa.

Na quarta-feira, os papéis do Santander fecharam em queda de 1,66% após a divulgação do resultado trimestral. Nesta quinta, as ações do banco voltaram a operar no vermelho e chegaram a cair 4,45%, figurando entre as maiores baixas do pregão.

 

 

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