Bovespa tem pior mês desde maio de 2010 com EUA
Acumulado mensal em 15 dias já está pior do que o resultado inteiro de maio do ano passado
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2011 às 19h04.
São Paulo - O Ibovespa registrou a oitava baixa em nove pregões, com a queda inesperada na confiança do consumidor americano e os receios sobre a dívida dos Estados Unidos. O acumulado mensal já é o pior desde maio de 2010.
O dólar recuou, acompanhando o mercado externo e com investidores apostando que o governo evitará a adoção de medidas mais fortes para depreciar o real. Os juros futuros avançaram com o receio que a inflação volte a se acelerar. O euro fechou em baixa em relação à moeda americana.
Internacional: Ações sobem com lucros e após alerta da S&P
As bolsas americanas encerraram em alta, lideradas por ganhos de empresas de energia e tecnologia e após resultados do Citigroup Inc. e do Google Inc. aliviarem as preocupações com as dívidas soberanas na Europa e EUA. Os lucros do Citigroup e do Google cresceram mais que o esperado.
As ações nos EUA chegaram a reduzir a alta após dado mostrar que a confiança do consumidor americano caiu inesperadamente em julho ao menor nível em mais de dois anos. O índice preliminar Thomson Reuters/Universidade de Michigan ficou em 63,8, ante 71,5 em maio e contra estimativa mediana de 72,2, indicada em pesquisa Bloomberg. A produção industrial subiu 0,2 por cento em junho, após queda revisada de 0,1 por cento em maio e ante projeção mediana de alta de 0,3 por cento.
A Standard & Poor’s Financial Services LLC acompanhou a Moody’s Investors Service Inc. e alertou que poderá rebaixar a classificação americana caso o país não chegue a um acordo em torno da sua dívida de US$ 14,3 trilhões.
Os republicanos têm planos de votar na semana que vem medida que eleva o limite da dívida americana em US$ 2,4 trilhões, além de cortes de gastos e uma proposta de emenda constitucional para equilibrar o orçamento.
O presidente Barack Obama disse que um fracasso no acordo para ampliar o limite poderia levar o país a uma moratória.
“Nós poderíamos terminar em uma situação em que os juros subiriam para todos”, disse Obama.
Bolsa: Ibovespa tem 8ª queda em 9 dias com receios sobre EUA
O Ibovespa fechou em queda de 0,3 por cento, aos 59.478 pontos. Na semana, o indicador perdeu 3,3 por cento, o pior desempenho acumulado desde o período encerrado em 28 de janeiro deste ano. Essa foi a oitava queda do índice em nove pregões.
No mês, o indicador já perde 4,7 por cento, pior desempenho acumulado desde 31 de maio de 2010. No dia, as ações que mais influenciaram para a baixa foram Gerdau SA, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA e Banco Bradesco SA.
A bolsa foi afetada pelo indicador de confiança do consumidor americano, que veio abaixo das expectativas. A queda inesperada do índice alimentou receios que a fraca recuperação do emprego e as quedas dos preços das moradias pode conter as despesas das famílias americanas.
“No mercado interno, as notícias ainda são boas, mas a situação continua preocupante lá fora”, disse Renato Bandeira de Mello, gerente de operações de renda variável da Futura Corretora. “Não vejo motivo para não haver recuperação no curto prazo. O mercado local merece essa recuperação, especialmente papéis ligados ao consumo interno, bancos e construção civil.”
Juros: DI avança com receio de alta da inflação
As taxas de juros nos mercados futuros subiram na maioria dos contratos com especulações que a inflação voltará a subir após a desaceleração sinalizada pelos últimos índices de preços.
“A inflação caiu rápido, mas está com jeito que também vai voltar a subir rápido”, disse Ures Folchini, chefe de renda fixa do Banco WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo. Segundo Folchini, o aumento da renda e do emprego mantém as expectativas de inflação em alta. “A expectativa de inflação piorou recentemente.”
Segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada no dia 11, a projeção do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo neste ano subiu de 6,15 por cento na semana anterior para 6,31 por cento. Para 2012, a projeção subiu de 5,10 por cento para 5,20 por cento.
Segundo a projeção de todos os 13 economistas consultados pela Bloomberg, o BC vai elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em reunião de dois dias que termina no dia 20. Essa seria a quarta alta seguida sob o comando do presidente Alexandre Tombini, elevando a Selic para 12,50 por cento.
No Brasil, a Fundação Getulio Vargas informou que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 recuou 0,12 por cento em julho. A mediana das projeções de 30 economistas consultados pela Bloomberg indicava deflação de 0,09 por cento.
Câmbio: Dólar recua acompanhando mercado externo
O dólar recuou com a alta das ações nos EUA sugerindo menor aversão ao risco.
“Lá fora hoje está um dia tranquilo e o dólar está sem força para subir”, disse Francisco Carvalho, diretor de câmbio da Liquidez DTVM Ltda, em entrevista por telefone de São Paulo.
Os sinais de que o governo da presidente Dilma Rousseff está mais preocupado em conter a inflação do que em desvalorizar o real também ajudam a tirar força do dólar, disse Carvalho.
“Com juros nesses níveis a gente continua tendo atratividade de arbitragem de juros”, disse ele.
O governo sempre analisa a oportunidade de tomar medidas cambiais e vai adotá-las se for necessário, disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele disse hoje em entrevista por telefone que é “muito provável” que o governo faça uma emissão em reais ainda este ano.
São Paulo - O Ibovespa registrou a oitava baixa em nove pregões, com a queda inesperada na confiança do consumidor americano e os receios sobre a dívida dos Estados Unidos. O acumulado mensal já é o pior desde maio de 2010.
O dólar recuou, acompanhando o mercado externo e com investidores apostando que o governo evitará a adoção de medidas mais fortes para depreciar o real. Os juros futuros avançaram com o receio que a inflação volte a se acelerar. O euro fechou em baixa em relação à moeda americana.
Internacional: Ações sobem com lucros e após alerta da S&P
As bolsas americanas encerraram em alta, lideradas por ganhos de empresas de energia e tecnologia e após resultados do Citigroup Inc. e do Google Inc. aliviarem as preocupações com as dívidas soberanas na Europa e EUA. Os lucros do Citigroup e do Google cresceram mais que o esperado.
As ações nos EUA chegaram a reduzir a alta após dado mostrar que a confiança do consumidor americano caiu inesperadamente em julho ao menor nível em mais de dois anos. O índice preliminar Thomson Reuters/Universidade de Michigan ficou em 63,8, ante 71,5 em maio e contra estimativa mediana de 72,2, indicada em pesquisa Bloomberg. A produção industrial subiu 0,2 por cento em junho, após queda revisada de 0,1 por cento em maio e ante projeção mediana de alta de 0,3 por cento.
A Standard & Poor’s Financial Services LLC acompanhou a Moody’s Investors Service Inc. e alertou que poderá rebaixar a classificação americana caso o país não chegue a um acordo em torno da sua dívida de US$ 14,3 trilhões.
Os republicanos têm planos de votar na semana que vem medida que eleva o limite da dívida americana em US$ 2,4 trilhões, além de cortes de gastos e uma proposta de emenda constitucional para equilibrar o orçamento.
O presidente Barack Obama disse que um fracasso no acordo para ampliar o limite poderia levar o país a uma moratória.
“Nós poderíamos terminar em uma situação em que os juros subiriam para todos”, disse Obama.
Bolsa: Ibovespa tem 8ª queda em 9 dias com receios sobre EUA
O Ibovespa fechou em queda de 0,3 por cento, aos 59.478 pontos. Na semana, o indicador perdeu 3,3 por cento, o pior desempenho acumulado desde o período encerrado em 28 de janeiro deste ano. Essa foi a oitava queda do índice em nove pregões.
No mês, o indicador já perde 4,7 por cento, pior desempenho acumulado desde 31 de maio de 2010. No dia, as ações que mais influenciaram para a baixa foram Gerdau SA, Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA e Banco Bradesco SA.
A bolsa foi afetada pelo indicador de confiança do consumidor americano, que veio abaixo das expectativas. A queda inesperada do índice alimentou receios que a fraca recuperação do emprego e as quedas dos preços das moradias pode conter as despesas das famílias americanas.
“No mercado interno, as notícias ainda são boas, mas a situação continua preocupante lá fora”, disse Renato Bandeira de Mello, gerente de operações de renda variável da Futura Corretora. “Não vejo motivo para não haver recuperação no curto prazo. O mercado local merece essa recuperação, especialmente papéis ligados ao consumo interno, bancos e construção civil.”
Juros: DI avança com receio de alta da inflação
As taxas de juros nos mercados futuros subiram na maioria dos contratos com especulações que a inflação voltará a subir após a desaceleração sinalizada pelos últimos índices de preços.
“A inflação caiu rápido, mas está com jeito que também vai voltar a subir rápido”, disse Ures Folchini, chefe de renda fixa do Banco WestLB do Brasil SA, em entrevista por telefone de São Paulo. Segundo Folchini, o aumento da renda e do emprego mantém as expectativas de inflação em alta. “A expectativa de inflação piorou recentemente.”
Segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada no dia 11, a projeção do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo neste ano subiu de 6,15 por cento na semana anterior para 6,31 por cento. Para 2012, a projeção subiu de 5,10 por cento para 5,20 por cento.
Segundo a projeção de todos os 13 economistas consultados pela Bloomberg, o BC vai elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em reunião de dois dias que termina no dia 20. Essa seria a quarta alta seguida sob o comando do presidente Alexandre Tombini, elevando a Selic para 12,50 por cento.
No Brasil, a Fundação Getulio Vargas informou que a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 recuou 0,12 por cento em julho. A mediana das projeções de 30 economistas consultados pela Bloomberg indicava deflação de 0,09 por cento.
Câmbio: Dólar recua acompanhando mercado externo
O dólar recuou com a alta das ações nos EUA sugerindo menor aversão ao risco.
“Lá fora hoje está um dia tranquilo e o dólar está sem força para subir”, disse Francisco Carvalho, diretor de câmbio da Liquidez DTVM Ltda, em entrevista por telefone de São Paulo.
Os sinais de que o governo da presidente Dilma Rousseff está mais preocupado em conter a inflação do que em desvalorizar o real também ajudam a tirar força do dólar, disse Carvalho.
“Com juros nesses níveis a gente continua tendo atratividade de arbitragem de juros”, disse ele.
O governo sempre analisa a oportunidade de tomar medidas cambiais e vai adotá-las se for necessário, disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele disse hoje em entrevista por telefone que é “muito provável” que o governo faça uma emissão em reais ainda este ano.