Bovespa: por volta das 10h20, o Ibovespa subia 0,84% (Bloomberg News/Paulo Fidman)
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2014 às 10h50.
São Paulo - Depois de voltar a acumular perdas em 2014, ao final da sessão de segunda-feira, 17, a Bovespa abriu o pregão desta terça-feira, 18, em alta, em uma tentativa de recuperação, sustentada pelo sinal positivo vindo de algumas praças internacionais e pelos ganhos nas ações da Petrobras.
As bolsas na Europa se firmarem em alta, em meio às notícias vindas do Japão, China e zona do euro, mas os índices futuros em Nova York não mostram uma direção única, antes dos dados econômicos do dia nos Estados Unidos.
Contudo, a ausência de novidades sobre os nomes que farão parte da equipe econômica no segundo mandato do governo Dilma e o episódio envolvendo a estatal petrolífera tendem a limitar a alta da Bolsa brasileira.
Por volta das 10h20, o Ibovespa subia 0,84%, aos 51.688 pontos, na pontuação máxima do dia. O índice à vista ainda não operou em queda hoje.
Entre as ações, Petrobras se recuperava e tinha altas de 2,23% e 1,83% nas ações ON e PN, respectivamente, digerindo o rebaixamento na recomendação das ações ordinárias da companhia pelo UBS, de compra para neutro.
O banco de investimentos também cortou o preço-alvo dos papéis de R$ 20 para R$ 15,00, o que representa um potencial de valorização de 23% sobre o fechamento de ontem.
No noticiário sobre os esquemas de corrupção envolvendo a Petrobras, o atual diretor de Abastecimento da estatal petrolífera, José Carlos Cosenza, negou veementemente as acusações e o envolvimento com Alberto Youssef, após ter sido citado pelo doleiro e Paulo Roberto Costa em seus depoimentos.
Trata-se do primeiro executivo ainda no comando da empresa envolvido nas denúncias da Operação Lava Jato. Os delatores informaram à Polícia Federal que Cosenza teria se beneficiado de comissões distribuída por empreiteiras para garantir contratos na empresa.
Já os papéis ON e PNA da Vale recuavam 1,22% e 1,32%, nesta ordem. A mineradora relega os dados mais favoráveis vindos da China, sobre os aportes produtivos externos no país asiático e os preços de moradias, e reage mais ao forte revés de hoje no preço do minério de ferro.
A commodity recuou 4% no mercado à vista chinês, atingindo a mínima desde junho de 2009 e acumulando perdas de 46,6% no ano.
Ainda sob os ecos da notícia de que a PF vai investigar se o esquema de corrupção do doleiro também se estendia às empresas elétricas, as ações do setor de energia também seguem no radar.
Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza hoje o leilão de número 4/2014 de transmissão, com a oferta de cerca de 4.700 quilômetros de linhas divididas em nove lotes.
No exterior, as principais bolsas europeias firmaram-se no campo positivo, beneficiados ainda pelo avanço bem acima do esperado do índice ZEW de expectativas econômicas na Alemanha.
Já os índices futuros das bolsas de Nova York têm fôlego reduzido e exibem um viés negativo, um dia após o S&P 500 atingir o 42º recorde de alta do ano e em meio à agenda econômica norte-americana mais fraca no dia.
Ainda por volta das 10h20, a Bolsa de Frankfurt subia 1,23%. No mercado futuro em Wall Street, o Dow Jones tinha leve alta de 0,02% e o S&P 500, leve baixa de 0,04%.
Logo mais, às 11h30, será conhecido o índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA em outubro. Às 13 horas, é a vez do índice NAHB de confiança das construtoras neste mês e, por fim, às 19h30, o API publica o relatório semanal sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e derivados.
Entre os eventos de relevo, às 16h30, o presidente da distrital de Minneapolis do Federal Reserve, Narayana Kocherlakota, discursa. Na safra de balanços, sai os números trimestrais da Home Depot.
Internamente, os investidores aguardam novidades quanto à política econômica de Dilma Rousseff no seu segundo mandato.
Nesta manhã, ela reúne-se com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e a reforma ministerial, além do episódio Petrobras, devem estar na pauta.
As especulações sobre nomes para o Ministério da Fazenda e o Banco Central podem voltar a todo vapor, trazendo pressão aos negócios locais.