Bovespa: às 10h03, o Ibovespa caía 0,29%, aos 60.173,47 pontos (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - O grande evento doméstico do dia para a Bovespa está previsto apenas para depois do fechamento do pregão, quando a Petrobras publica o balanço referente ao último trimestre de 2012 e ao resultado acumulado do ano passado. Até lá, as ações da estatal petrolífera devem operar pressionadas e com um volume financeiro robusto.
Com isso, o foco dos negócios locais se direciona para o exterior, onde os investidores redobraram as atenções com Espanha e Itália, em meio à pausa das bolsas internacionais depois da esticada recente. Às 10h03, o Ibovespa caía 0,29%, aos 60.173,47 pontos.
A grande expectativa do mercado acionário doméstico está em torno do resultado financeiro que a Petrobras apresentará nesta segunda-feira. Levantamento feito pela Agência Estado aponta para um lucro líquido de R$ 5,73 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, conforme média das projeções de oito casas consultadas.
Caso a previsão seja confirmada, o resultado será 13,5% superior ao do mesmo intervalo de 2011. No acumulado de 2012, a estatal petrolífera deve apresentar um lucro de aproximadamente R$ 19,16 bilhões, no menor patamar desde 2004.
Operadores lembram que não é de hoje que se espera por um desempenho trimestral ruim da Petrobras, diante dos conhecidos problemas de custo e produção, comprometendo os investimentos.
Por isso, as atenções dos investidores estarão voltadas na defasagem no preço dos combustíveis, a fim de aferir em quanto o reajuste anunciado na semana passada - de 6,60% na gasolina e 5,40% no diesel, na média - está aquém do necessário para equilibrar as contas da empresa.
Ao longo da semana, a temporada de balanços ganha força e traz, ainda, os números trimestrais de Itaú Unibanco, TIM, Natura, Braskem e Cosan. Sobre o setor sucroalcooleiro, vale destaca que as usinas têm mostrado preferência em fazer etanol no início da colheita de cana-de-açúcar, que começará mais cedo neste ano e deve ser recorde.
Já sobre o setor financeiro, as ações do Banco do Brasil devem repercutir a informação de que o governo quer que o banco público, juntamente com a Caixa Econômica Federal, entre nos financiamentos do programa de concessões de rodovias.
Enquanto isso, o comportamento dos ativos de risco no exterior continua ditando o ritmo dos negócios locais. Os mercados internacionais iniciam a semana recuperando fôlego, diante de uma agenda econômica menos intensa. No horário acima, o futuro do S&P 500 tinha baixa de 0,16%, no aguardo das divulgações do índice ISM de condições empresariais em Nova York (12h45) e das encomendas à indústria (13h). Já a Bolsa de Frankfurt cedia 0,60%.
Os investidores voltam as atenções para a Espanha, onde denúncias de um esquema de caixa 2, administrado por um ex-tesoureiro, abalou o Partido Popular (PP), do primeiro-ministro, Mariano Rajoy.
Ele negou ter recebido recursos não declarados e prometeu máxima transparência. Em meio a esse escândalo de corrupção, que serve como um lembrete oportuno dos riscos políticos que se desenham no horizonte europeu, Rajoy vai a Berlim encontrar-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, a quem pedirá ajuda econômica.
Não muito distante dali, a Itália também se apresenta como um foco de tensão, antes das eleições no país previstas para o fim deste mês. Ainda às 10h03, a Bolsa de Madri caía 1,75% e a de Milão recuava 2,11%.
Do outro lado do mundo, a China continua sendo portadora de boas notícias, com o índice oficial dos gerentes de compras (PMI) do setor de serviços avançando pelo quarto mês consecutivo, a 56,2 em janeiro, de 56,1 em dezembro. A Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,4%.