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Bovespa interrompe 6 altas seguidas e fecha em queda de 0,4%

No cenário político, o governo anunciou na noite passada medidas para cumprir a meta fiscal deste ano, que incluíram o corte de 42,1 bilhões de reais

B3: "De modo geral, o mercado brasileiro está um pouco esticado e falta um gatilho para justificar a retomada da alta para além do patamar dos 65 mil pontos" (Marcos Issa/Bloomberg)

B3: "De modo geral, o mercado brasileiro está um pouco esticado e falta um gatilho para justificar a retomada da alta para além do patamar dos 65 mil pontos" (Marcos Issa/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 30 de março de 2017 às 18h13.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta quinta-feira, em movimento de ajuste após acumular alta de 4 por cento nos seis pregões anteriores, e com as ações da CSN liderando as perdas.

O Ibovespa caiu 0,4 por cento, a 65.265 pontos. O giro financeiro somou 5,92 bilhões de reais, muito abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 8,4 bilhões de reais, e o menor volume diário registrado em março até o momento.

"É um movimento normal de ajuste. De modo geral, o mercado brasileiro está um pouco esticado e falta um gatilho para justificar a retomada da alta para além do patamar dos 65 mil pontos", disse o analista da corretora Um Investimentos Aldo Moniz.

No cenário político, o governo anunciou na noite passada medidas para cumprir a meta fiscal deste ano, que incluíram o corte de 42,1 bilhões de reais em gastos discricionários e o fim da desoneração da folha de pagamentos para cerca de 50 setores.

Além disso, o governo equiparou a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cooperativas de crédito à alíquota cobrada dos bancos.

Segundo operadores, embora as medidas tenham o lado positivo de reforçar o compromisso do governo com o cumprimento da meta, ainda é preciso avaliar o impacto da reoneração da folha de pagamento para as empresas.

"O (ponto) negativo é o fato de que empresas antes beneficiadas com a desoneração passam a ter que pagar mais impostos, podendo prejudicar a recuperação econômica em ambiente já difícil", escreveram mais cedo analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.

Segundo analistas do BTG Pactual, BRF e JBS devem ter um impacto de 4 por cento e 1 por cento, respectivamente, no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) com a reoneração da folha.

Ainda no front local, o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta manhã, mostrou que o Banco Central passou a ver inflação mais baixa em 2017 e também deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos.

Destaques

- CSN ON caiu 5,15 por cento, no pior desempenho do Ibovespa. Segundo operadores, o papel ainda sofre com a decisão da empresa de não enviar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) as demonstrações financeiras de 2016 dentro do prazo legal. A ação acumula perdas de 9,7 por cento nos últimos três pregões.

- VALE PNA recuou de 0,8 por cento e VALE ON teve variação negativa de 0,03 por cento, em sessão de baixa nos preços de minério de ferro na China. As ações da mineradora subiram nos três pregões anteriores, com o papel PNA acumulando ganho de 5,4 por cento no período.

- BRF ON perdeu 0,85 por cento, após subir nos três pregões anteriores, com investidores avaliando o impacto da reoneração da folha para a empresa.

- JBS ON recuou 1,72 por cento, com investidores tendo ainda no radar os impactos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Na véspera, a empresa informou que vai dar férias coletivas por 20 dias aos funcionários de dez de suas 36 unidades de abate bovinos no Brasil para ajustar a capacidade da empresa às restrições impostas ao setor.

- KLABIN subiu 1,72 por cento, ampliando os ganhos das duas sessões anteriores. O Itaú BBA elevou a recomendação para as units da empresa de papel e celulose para "outperform", com preço-alvo de 20 reais.

- BM&FBOVESPA ON ganhou 0,21 por cento. A empresa concluiu na véspera a troca de ações com a Cetip, que deixou de ter os papéis negociados, e propôs mudar o nome da para B3. A nova empresa surge como a quinta maior bolsa do mundo em valor de mercado.

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