BOVESPA-Cenário externo desfavorável coloca índice no negativo

SÃO PAULO, 26 de novembro (Reuters) - Com o mercado externo
estressado pela crescente ameaça de conflito entre as Coreias e
pelo aumento das incertezas sobre dívidas soberanas na zona do
euro, a Bovespa cedia nesta sexta-feira.

Às 13h14, o Ibovespa recuava 0,76 por cento, para
68.831 pontos. O giro financeiro era de 1,5 bilhão de reais.

Os mercados de Nova York operam apenas meio período e o
giro é fraco nesta sexta-feira após o feriado norte-americano
de Ação de Graças, que fechou os pregões na véspera. Os
principais índices operavam com baixa de até 0,5 por cento.

Com isso, os negócios eram balizados por notícias da Europa
e da Ásia. "A Ásia e a Europa continuam dominando o foco das
tensões e deixando o mercado em alerta, com a Ásia contaminada
por novas preocupações em relação à frágil relação entre as
Coreias", afirma o Itaú em seu relatório diário.

No Velho Continente, fontes afirmam que é muito provável
que um pacote de resgate de 85 bilhões de euros da União
Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a
Irlanda seja anunciado no domingo.

A Espanha afirmou que são nulas as chances de o país
precisar de ajuda externa para sanar suas finanças, enquanto
autoridades europeias negaram notícias de que Portugal estaria
sob pressão para buscar um resgate financeiro.

No Ibovespa quase a totalidade dos papéis era negociada em
baixa. As ações preferenciais da Petobras tinha
queda de 0,72 por cento, para 24,67 reais. As preferenciais da
Vale cediam 0,79 por cento, aos 48,86 reais.

O setor siderúrgico voltava a cair, após dados do setor
terem sido divulgados na véspera pela IABr.

"Os dados de outubro confirmam que a atual fraqueza do
mercado deve continuar até do fim de 2010 e começo de 2011",
afirma a analista Claudia Elisabeth Feddersen, do Citi, em
relatório. [ID:nN25289203]

As ações preferenciais da Usiminas cediam 1,7
por cento, para 19,64 reais. CSN recuava 1,16 por
cento, para 27,33 reais.

Na ponta de cima do Ibovespa, Cyrela ganhava 1
por cento, para 21,42 reais, com a MRV também
figurando no terreno positivo, em alta de 0,4 por cento, para
16,99 reais.

"A semana foi marcada por aumento de aversão ao risco e
este é um setor arriscado", afirmou Eduardo Silveira, analista
do setor de Construção Civil da Fator Corretora.

(Reportagem de Rodolfo Barbosa, reportagem adicional de
Vivian Pereira; Edição de Aluísio Alves)