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Bovespa abre em queda, pressionada por exterior

A reação dos mercados internacionais aos movimentos de políticas monetárias dos bancos centrais na Europa e no Japão embaralha o comportamento dos negócios locais


	Bovespa: por volta das 10h05, o Ibovespa recuava 0,27%, aos 55.410,13 pontos
 (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Bovespa: por volta das 10h05, o Ibovespa recuava 0,27%, aos 55.410,13 pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 10h43.

São Paulo - Após o repique de quarta-feira (03), a Bovespa encontra dificuldades para continuar em alta hoje e tentar melhorar a performance ainda negativa neste início de abril.

A reação dos mercados internacionais aos movimentos de políticas monetárias dos bancos centrais na Europa e no Japão embaralha o comportamento dos negócios locais, atentos também ao cenário interno de inflação alta e crescimento baixo. Ainda no foco doméstico estão as blue chips. Por volta das 10h05, o Ibovespa recuava 0,27%, aos 55.410,13 pontos.

Se na sessão desta quarta-feira foram os ganhos aceleradas nas ações da Vale somados à contribuição positiva dos papéis de Petrobras, hoje o ritmo da Bolsa pode estar atrelado à performance de OGX.

Após o fechamento, a Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito corporativo da petrolífera do Grupo EBX para B-, com perspectiva negativa. A agência de classificação de risco acredita que a empresa irá gastar quase todo o seu caixa, de US$ 1,6 bilhão, para financiar investimentos e pagar juros este ano, trazendo pressões em 2014.

Além disso, a colunista Dora Kramer escreve na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo que a presidente Dilma Rousseff negou socorro do governo ao empresário Eike Batista. Segundo a colunista, participaram da reunião representantes do BNDES, Itaú, Bradesco, BTG Pactual e o próprio Eike, em dificuldade para honrar as dívidas com todos eles.

"Dilma ainda alertou que se algo de pior vier a acontecer aos negócios do empresário símbolo (pelo jeito com pés de barro) da prosperidade nacional, isso afetará ainda mais a disposição interna e externa do setor privado para investir no Brasil", escreve Dora Kramer.

O sinal vindo das bolsas no exterior também deve influenciar os negócios locais, apesar do recente descolamento nos últimos dias.


Nesta manhã, os índices futuros das Bolsas de Nova York e as principais bolsas europeias exibiam ganhos, motivadas pelas medidas ousadas e unânimes adotadas pelo Banco Central do Japão (BoJ), mas que não tiveram a companhia de agressividade semelhante do Banco Central Europeu (BCE).

O BC japonês expandiu o programa de compra de bônus, para um montante de 50 trilhões de ienes por ano, ou 7 trilhões de ienes ao mês, tornando ainda todos os vencimentos elegíveis. Além disso, o BoJ manteve a taxa básica de juros entre zero e 0,1% e afirmou que o regime de política monetária terá como alvo a base monetária, que deve dobrar de tamanho em dois anos.

Mais comedido, o BC da zona do euro manteve a taxa básica de juros em 0,75%, conforme esperado. Porém, como a economia nos 17 países da região continua emitindo sinais de contração e de inflação sob controle, há expectativas de que o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, mude o tom do discurso.

As apostas são de que, durante a entrevista coletiva para comentar a decisão, Draghi teça comentários sobre o inicialmente controverso pacote de socorro ao Chipre e, de quebra, sugira a possibilidade de adotar medidas não convencionais de política monetária.

Nos comentários iniciais, Draghi afirmou que a atividade econômica fraca se estendeu, mas uma recuperação gradual é projetada para o segundo semestre deste ano. Além disso, ele afirmou que a política monetária ficará acomodatícia pelo tempo que for necessário.

Já nos Estados Unidos, o dado mais importante previsto para o dia, referente aos pedidos semanais de auxílio-desemprego contrariou a previsão de ligeira baixa para 357 mil e mostrou aumento para 385 mil solicitações.

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