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Bolsas europeias caem apesar de ajuda para a Irlanda

Por Cynthia Decloedt Londres - As bolsas europeias terminaram a segunda-feira com perdas superiores a 2%, expressando a persistente preocupação dos investidores com as condições dos países mais endividados da Europa. "As ações caíram conforme o foco mudou da Irlanda para Portugal e Espanha, já que os temores de contágio continuam a atingir a periferia […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 15h39.

Por Cynthia Decloedt

Londres - As bolsas europeias terminaram a segunda-feira com perdas superiores a 2%, expressando a persistente preocupação dos investidores com as condições dos países mais endividados da Europa.

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"As ações caíram conforme o foco mudou da Irlanda para Portugal e Espanha, já que os temores de contágio continuam a atingir a periferia (da zona do euro)", disse o estrategista do CMC Markets, Michael Hewson.

O índice FT-100 da Bolsa de Londres encerrou o dia aos 5.550,95 pontos, queda de 117,75 pontos (-2,08%); o índice Xetra-DAX, de Frankfurt, terminou aos 6.697,97 pontos, 151,01 pontos (-2,20%) abaixo de sexta-feira; e o CAC-40, de Paris, caiu 91,69 pontos (-2,46%) e fechou aos 3.636,96 pontos. O índice MIB, da Bolsa de Milão, caiu 529,93 pontos (-2,67%) e fechou em 19.314,38 pontos.

O índice IBEX-35, da Bolsa de Madri, fechou em queda de 222,50 pontos (-2,33%), aos 9.324,70 pontos; e o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, caiu 166,06 pontos (-2,19%) e terminou aos 7.415,74 pontos.

As ações dos bancos e de instituições financeiras estavam entre as que exibiam as maiores perdas nesta segunda-feira na Europa. As ações do Banco Popolare e as do UBI Banca, ambos italianos, fecharam em queda de aproximadamente 5%. Na Espanha, os papéis do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria encerraram com perdas de 4,3%. Em Paris, os papéis do BNP Paribas caíram 3,2% e os do Credit Agricole perderam 3,6%. Em Frankfurt, as ações do Commerzbank fecharam em queda de 2,2%.

Na Irlanda, o índice ISEQ terminou praticamente estável. As ações do Bank of Ireland subiram 16% e os do Allied Irish Banks avançaram 3,8%. Os papéis do Irish Life & Permanent Group Holdings saltaram 59%.

As ações das montadoras também estiveram entre as maiores perdas. Daimler caiu 3,4% em Frankfurt e Peugeot, 3% em Paris.

Ontem, a União Europeia e o FMI anunciaram o fechamento de um acordo de socorro financeiro para a Irlanda, de 85 bilhões de euros, que trouxe alívio aos mercados apenas no início do dia, o qual foi substituído por volta de temores com a perspectiva de problemas de solvência em Portugal e Espanha. A dificuldade da Itália e a Bélgica em vender os montantes desejados de títulos de seus respectivos governos apenas complicou o cenário, em meio as dúvidas quanto a habilidade das autoridades em evitar que outros países endividados recorram à assistência financeira externa.

Paralelamente ao anúncio da assistência à Irlanda, a Comissão Europeia anunciou detalhes de um novo plano para futuros resgates financeiros, que vai substituir a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) de 440 bilhões de euros quando ela expirar, em 2013, e os quais estavam previstos para serem discutidos em meados de dezembro. Para a analista de renda fixa do Evolution Securities, Elisabeth Afseth, a aceleração da discussão foi claramente uma medida tomada para estabilizar os mercados.

O novo plano prevê que a UE, o FMI e o Banco Central Europeu irão determinar se um país que pedir ajuda do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) apenas tem problemas de liquidez ou é, de fato, insolvente. O novo plano prevê também que os credores de países que forem considerados insolventes enfrentarão um "abrangente programa de reestruturação" de bônus de dívida.

Afseth observa que a determinação sobre se um país é insolvente ou não terá de ser unânime, portanto, sujeita a pressões políticas. As informações são da Dow Jones.

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