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Bolsas de NY encerram último pregão em baixa

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,48%, aos 24.719,22 pontos; o S&P 500 recuou 0,52%, aos 2.673,61 pontos

Dow Jones (Spencer Platt/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de dezembro de 2017 às 21h28.

São Paulo - Os mercados acionários americanos fecharam em baixa nesta sexta-feira, 29, último dia útil do ano, em um movimento de realização de lucros devido ao ano predominantemente positivo para os ativos considerados mais arriscados, como as ações. Foi o melhor ano para os índices de ações dos Estados Unidos desde 2013.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,48%, aos 24.719,22 pontos; o S&P 500 recuou 0,52%, aos 2.673,61 pontos; e o Nasdaq teve baixa de 0,67%, aos 6.903,39 pontos. Todos fecharam nas mínimas da sessão. No ano, os três indicadores apresentaram, respectivamente, ganhos de 25,21%; 19,34% e 27,64%.

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Com diversos recordes registrados no ano, os mercados de ações dos Estados Unidos apresentaram um rali consistente que teve início com a eleição presidencial americana de 2016, com a vitória do republicano Donald Trump. Um dos fatores determinantes para esse rali foi a reforma tributária prometida pelo presidente americano, que foi aprovada no Congresso em 20 de dezembro e sancionada dois dias depois. O setor financeiro do S&P 500 subiu 20,87% neste ano e, de acordo com analistas, tende a ser um dos segmentos que mais tem a ganhar com os cortes nos impostos.

"As instituições financeiras são as principais beneficiárias potenciais de qualquer reforma no sistema de impostos que levante as expectativas de crescimento econômico ou de inflação mais alta", comentaram, em nota a clientes, os estrategistas David Lefkowitz, Jeremy Zirin e Edmund Tran, do UBS. Eles apontam, ainda, que o setor industrial também deve se beneficiar, à medida que empresas de transporte expostas ao exterior, distribuidores industriais e serviços ambientais tendem a se favorecer.

Nesta sexta-feira, o Goldman Sachs caiu 0,68%, após o banco publicar uma estimativa de que a reforma poderá reduzir seu lucro no quarto trimestre deste ano em cerca de US$ 5 bilhões devido a uma nova taxa de repatriação. No ano, o Goldman Sachs ganhou 8,32%, mas outros bancos se destacaram mais, como o Bank of America (+36,31%) e o J.P.Morgan (+28,05%). Já a Boeing apresentou ganho de 94,73% no ano e pode subir ainda mais com as perspectivas positivas em torno do setor industrial.

Para o diretor-gerente sênior da Meridian Equity Partners, Jonathan Corpina, "a reforma tributária tem sido uma coisa importante para os mercados. Se as companhias, de fato, perceberem melhoras fiscais, o que elas farão?", questiona, observando que as empresas podem contratar novos funcionários, investir em novas fábricas, comprar outras empresas, comprar novas ações ou simplesmente "sentar em cima do dinheiro".

O segmento que mais se destacou neste ano foi o de tecnologia. O subíndice desse setor no S&P 500 apresentou ganhos de 37,76% neste ano, com os investidores apostando, principalmente, nas giant techs, que apresentaram fortes resultados ao longo de 2017. Um grupo de destaque foi apelidado pelos agentes do mercado de FAANGs, composto por Facebook, Amazon.com, Apple, Netflix e Alphabet, a controladora do Google. Alguns analistas não deixam de fora a Microsoft. No ano, a valorização dessas companhias foi expressiva: o Google ganhou 31,20%; a Microsoft subiu 39,03%; a Apple avançou 47,31%; o Facebook teve alta de 51,66%; a Amazon.com apresentou subida de 52,84%; e a Netflix saltou 53,16%.

Nesta sexta-feira, contudo, as ações da Amazon registraram queda de 1,40% após Trump utilizar o seu perfil no Twitter para questionar o Serviço Postal dos EUA sobre a cobrança à Amazon e a outras empresas para a entrega de produtos. A Apple também encerrou o dia em baixa de 1,08% um dia depois de ter divulgado uma carta pedindo desculpas aos clientes após admitir que, nos modelos mais antigos do iPhone, o desempenho do aparelho é prejudicado para compensar problemas na bateria.

"Foi um ambiente realmente notável", disse o gerente de portfólio do US Private Banking, Eric Wiegand. "Nós pensamos que essa tendência deve continuar no próximo ano, mas com menos ímpeto. Além disso, os fortes níveis atuais das ações torna a complacência dos investidores mais rígida em relação a erros das empresas", comentou.

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