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Bolsas da Europa fecham em queda após fala de Draghi

O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 3,1 pontos (1,06%), fechando a 291,71 pontos, o menor nível em um mês


	Em Paris, o índice CAC-40 teve retração de 0,77%, encerrando a sessão a 3.726,16 pontos
 (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Em Paris, o índice CAC-40 teve retração de 0,77%, encerrando a sessão a 3.726,16 pontos (Pascal Le Segretain/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 14h34.

Londres - As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quinta-feira, após a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter a taxa básica de juros e os comentários do presidente da instituição financeira, Mario Draghi, que afirmou que a fragilidade na economia da zona do euro se espalha para outros países que não correm risco de fragmentação.

O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 3,1 pontos (1,06%), fechando a 291,71 pontos, o menor nível em um mês.

A discussão sobre política monetária durante a reunião do BCE nesta quinta-feira foi extensa, de acordo com Draghi. "A discussão foi extensa e eu diria que o consenso no momento era não olhar para os juros", afirmou.

Ele reiterou que o Banco Central não se compromete, antecipadamente, com cortes nas taxas de juros, embora tenha declarado que vai monitorar os acontecimentos econômicos "muito de perto" nos próximos meses e permanece "pronto para agir".

Draghi admitiu que a fraqueza econômica na zona do euro se espalha de países periféricos para alguns mais fortes. "Nós vemos agora que essa fraqueza está se estendendo para países onde a fragmentação não é um problema", afirmou. Por outro lado, o presidente do BCE destacou que há sinais de que essa fragmentação está diminuindo.

Draghi disse também que o banco considera vários instrumentos, até mesmo medidas ordinárias e extraordinárias.

O presidente do BCE disse ainda que a instituição financeira está determinada a combater os riscos de uma ruptura da zona do euro por meio do programa de compra de bônus chamado Transações Monetárias Completas (OMT, na sigla em inglês). "Faz sete meses que ele promete fazer todo o possível para salvar o euro.


Cedo ou tarde, os traders vão querer ver ações em vez de simples palavras", declarou o analista David Madden, da IG.

No noticiário econômico, o índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da zona do euro caiu para 46,4 em março, de 47,9 em fevereiro. Analistas ouvidos pela Dow Jones esperavam uma leitura de 46,5. Nos Estados Unidos, os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram para 385 mil, quando a projeção era de 356 mil.

Nesse cenário, o índice DAX da Bolsa de Frankfurt perdeu 0,73% e fechou a 7.817,39 pontos. Entre os destaques de queda, aparecem HeidelbergCement (-3,81%), Lufthansa (-3,52%) e ThyssenKrupp (-3,33%). Na Bolsa de Londres, o índice FTSE caiu 1,19%, fechando a 6.344,12 pontos.

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve nesta quinta-feira a taxa básica de juros e o programa de compras de bônus inalterados.


A mineradora de ouro Centamin perdeu 8,04%, após ter a recomendação rebaixada por uma corretora. A Heritage Oil despencou 7,09%, em meio a um processo judicial com o governo de Uganda.

Em Paris, o índice CAC-40 teve retração de 0,77%, encerrando a sessão a 3.726,16 pontos. No campo negativo, aparece a petroleira peso-pesado Total, com desvalorização de 0,49%.

Do outro lado, a Alcatel ganhou 7,51%, em função da elevação da recomendação de um analista. O índice FTSE-Mib, da Bolsa de Milão, registrou queda de 0,30%, a 15.154,02 pontos.

As perdas foram menores do que em outros mercados graças à alta de 7,84% das ações da Telecom Italia, que foram impulsionadas por rumores de uma fusão com a H3G. Em Madri, o índice IBEX-35 caiu 0,71%, fechando a 7.847,90 pontos.

Já na Bolsa de Lisboa, o PSI-20 ganhou 1,66%, a 5.679,97 pontos, recuperando-se após perdas recentes e puxado pelo setor bancário. As informações são da Dow Jones.

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