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Bolsa tenta reanimar Bovespa Mais fora do eixo Rio-SP

Pesquisa mapeia 50 empresas com intenção de abrir capital em até cinco anos

Sala de operações da Bovespa. (Lailson Santos/EXAME)

Sala de operações da Bovespa. (Lailson Santos/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 19h15.

São Paulo – A BM&FBovespa (BVMF3) renovou hoje a sua aposta no segmento Bovespa Mais. Criado em 2005, ele tem a proposta de atrair pequenas e médias empresas para a bolsa brasileira. Até agora, apenas os papéis da Nutriplant (NUTR3M), fabricante de micronutrientes, operam no ambiente. Uma pesquisa divulgada hoje pela bolsa em parceria com a Ernst & Young Terco e a Amcham-Brasil revela a intenção de aproximadamente 50 empresas de médio porte em abrir capital nos próximos cinco anos.

O estudo foi realizado entre agosto e outubro a partir de 106 empresas com faturamento entre R$ 101 milhões e R$ 400 milhões e focou em companhias localizadas fora do eixo Rio-SP, nas cidades de Recife, Goiânia, Porto Alegre, Curitiba e Campinas. De acordo com os resultados, 49% das empresas cogitam a realização de um IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês), sendo que 50% das que não pensam em uma abertura de capital afirmam que precisam de mais informações sobre o tema para tomar uma decisão. Das que planejam o IPO, 2% pretendem realizá-lo em até 1 ano, 52% entre 1 ano e 3 anos e 42% em mais de 5 anos.
 
Para Paulo Sérgio Dortas, sócio para área de IPOs da Ernst & Young Terco, a intenção programada de abrir o capital mostra que as empresas entenderam a necessidade de estarem bem preparadas para ir ao mercado, ao contrário do visto no boom de IPOs em 2007. “Naquela época recebíamos pedidos para fazer IPOs em até 90 dias. Quanto mais tempo ela tem para se preparar, melhor poderá ser o desempenho em bolsa”, disse o executivo durante a apresentação da pesquisa hoje em São Paulo. Dortas também vê o Bovespa Mais como o caminho para essas empresas e revela que já trabalha com 3 empresas interessadas em captações pequenas no segmento.
 
“Entendemos que a partir do próximo ano teremos um ambiente propício para o Bovespa Mais e estamos abertos até para algumas modificações caso sejam necessárias”, explica Cristiana Pereira, diretora de desenvolvimento de empresas da BM&FBovespa. Segundo ela, um dos desafios é motivar a entrada de empresas de private equty e venture capital nessas companhias e também de criar uma cultura dos investidores (investidores institucionais menores e family offices) de aplicação em ações de empresas de menor porte. Cristiana revelou que a bolsa realizou dois eventos este ano reunindo 4 interessadas no Bovespa Mais com potenciais investidores.
 
A executiva, que na BM&FBovespa foi também a responsável pela mediação com as empresas no polêmico processo das mudanças no regulamento do Novo Mercado, destaca casos de sucesso de mercados de acesso similares ao Bovespa Mais em outros países. O AIM Market, criado em 1995 pela Bolsa de Londres, por exemplo, tem cerca de 1.200 empresas listadas que captaram um volume médio de R$ 53 milhões cada. Um outro caso de sucesso vem da Bolsa de Toronto. O TSX Venture, inaugurado em 2002, tem 2.369 empresas listadas. Além disso, entre a criação e o final do ano passado, 431 delas migraram para o mercado normal. Outros exemplos mais recentes partem da bolsa de Madri e do México.
 
“O Bovespa Mais funciona como um mercado júnior. Depois, quando as empresas ganham porte elas se transportam para um mercado maior”, afirma Bernardo Mariano, analista especializado em bolsas de valores da ERDesk. A BM&FBovespa traçou uma meta de atrair mais 200 empresas em até cinco anos, com o principal foco no segmento. “O Bovespa Mais é o nosso alvo", disse recentemente o diretor-presidente da bolsa, Edemir Pinto.
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