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Bolsa mergulha 6 mil pontos com prisões e crise política

Os investidores perceberam que a aprovação da reforma da Previdência será muito mais difícil do que o imaginado

Bolsa: Ibovespa acumula queda de quase 4% esta semana (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: Ibovespa acumula queda de quase 4% esta semana (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 22 de março de 2019 às 11h26.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 11h56.

São Paulo - Em uma semana de fortes emoções, a bolsa brasileira mergulhou dos 100 mil pontos aos 94 mil pontos, com uma desvalorização de quase 4%, no período. Só na manhã desta sexta-feira, o Ibovespa operava em queda de mais de 2%.

As prisões do ex-presidente Michel Temer e de Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia, deram início ao receio em relação ao andamento da reforma da Previdência.  A situação se agravou com a ameaça do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em deixar a articulação política da reforma da Previdência.

Analistas afirmam que os investidores perceberam que a aprovação da reforma da Previdência será muito mais difícil do que o imaginado a alguns meses atrás. “Mesmo com toda a urgência fiscal e o risco de quebra generalizada do governo federal nos próximos anos. O plano de voo traçado pelo governo previa tamanha turbulências”, afirmou a equipe de analistas corretora CoinValores.

A XP Investimentos destacou que os próximos três ou quatro meses serão cruciais para o Brasil e acredita no avanço da agenda reformista do ministro da Economia, Paulo Guedes.  Entretanto, os analistas prevem volatilidade, com um duro processo de negociação adiante para a reforma da Previdência, e uma série de riscos que podem aumentar a tensão (como os desta semana), motivo pelo qual sugerem manter proteções e hedges nas carteiras.

Câmbio

O dólar subia com força ante o real nesta sexta-feira, acompanhando cenário de maior cautela no exterior depois de dados fracos na Europa reforçarem temores de uma desaceleração econômica global, e com preocupações renovadas sobre a Previdência.

Às 10:48, o dólar avançava 1,86 por cento, a 3,8709 reais na venda. Na véspera, a divisa norte-americana fechou em alta de 0,90 por cento, a 3,8001 reais na venda.

O dólar futuro subia por volta de 1,9 por cento.

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