Bolsa lançará serviço de proteção ao crédito do agronegócio
São Paulo - A Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), uma instituição controlada pela BM&FBovespa, lançará em junho um serviço de proteção ao crédito (SPC) para o agronegócio, nos moldes daquele que indica os devedores no comércio varejista. Mas o sistema da BBM, além de apontar aqueles produtores com mais risco na contratação do crédito, também […]
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2010 às 15h12.
São Paulo - A Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), uma instituição controlada pela BM&FBovespa, lançará em junho um serviço de proteção ao crédito (SPC) para o agronegócio, nos moldes daquele que indica os devedores no comércio varejista.
Mas o sistema da BBM, além de apontar aqueles produtores com mais risco na contratação do crédito, também poderá funcionar como um tipo de cadastro positivo, apontando aqueles agricultores com menores dívidas.
O sistema, desenvolvido a pedido da indústria de defensivos agrícolas, que financia boa parte do que os produtores emprestam no mercado, poderá no futuro contar com informações não somente das empresas de agroquímicos, mas também de fertilizantes, outro setor que atua no financiamento da produção.
"O sistema é construído por partes, a bolsa atendeu a um pleito da indústria de defensivos, mas o sistema será tanto melhor quanto mais tiver participantes", afirmou o diretor de Commodities da BM&F, Ivan Wedekin, em entrevista a jornalistas no intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2010 e 2011.
Segundo ele, atualmente, a "indústria vende a prazo mas não tem nenhum mecanismo para avaliar o nível de comprometimento dos produtores e da sua clientela", o que pode ajudar nas negociações.
Historicamente, o endividamento é um problema para a agricultura do país, tanto junto ao governo como junto ao setor privado.
"Neste sistema, eles vão ter uma senha, vão fazer os registros dos negócios... Por exemplo, vendi 100 mil reais para determinado produtor, recebi CPRs equivalentes a tantas sacas de soja, e isso vai estar registrado no sistema", comentou o diretor, lembrando que a empresa poderá ter acesso ao comprometimento daquele produtor, mas não aos negócios feitos pelas outras companhias.
"É um sistema com o objetivo de ser uma peça adicional do gerenciamento de crédito das empresas."
Wedekin garantiu que o agricultor também poderá ser beneficiado.
"O produtor vai poder dizer...: eu vou produzir 20 mil sacas, e o meu comprometimento é de 10 mil, portanto me dê um preço melhor (pelo produto) porque o meu risco de crédito é menor", observou.