Bolsa de Tóquio volta a fechar em queda e perde 1,4%
Declarações otimistas da Associação de Petróleo do Japão sobre a restauração das operações desde o terremoto também melhoraram o sentimento sobre ações das refinarias
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2011 às 07h19.
Tóquio - A Bolsa de Tóquio fechou em queda pela terceira vez nas últimas quatro sessões, pois os investidores continuaram nervosos, ainda que o mercado tenha interrompido as perdas à tarde diante da esperança de que as autoridades japonesas estivessem fazendo progressos para evitar um desastre nuclear em grande escala. Sobre as ações das companhias exportadoras também pesou o fato de o dólar ter despencado para uma mínima recorde de 76,75 ienes no começo do pregão asiático. O índice Nikkei 225 perdeu 131,05 pontos, ou 1,4%, e fechou aos 8.962,67 pontos, depois e ter fechado em alta de 5,7% na quarta-feira.
O mercado futuro mais uma vez desempenhou um papel crítico na trajetória do mercado à vista, puxado pelos temores de que a dramática desvalorização do dólar pressione os balanços corporativos. Com a aproximação do fechamento do ano fiscal, muitas das maiores exportadoras japonesas haviam planejado repatriar seus lucros a taxas bem mais generosas, acima dos 80 ienes por dólar. Depois do fechamento do mercado, a moeda norte-americana era cotada bem acima dos 79 ienes, em parte por causa da expectativa de que o Banco do Japão (BOJ, banco central) possa intervir para levantar a cotação do dólar.
Graças a uma combinação de fatores, o mercado futuro acabou conseguindo uma virada. Entre esses fatores incluíram-se os sinais visuais de que algum progresso estava sendo obtido na luta para esfriar a problemática instalação nuclear de Fukushima Daiichi, no nordeste do país. Helicópteros da Força de Autodefesa do Japão começaram a jogar água nos reatores superaquecidos e as autoridades disseram que cabos de energia de uma fonte externa poderiam ser ligados nesta tarde (no horário do Japão).
"Haverá mais alívio para o mercado se pudermos confirmar que esta medida levará a uma queda real nas temperaturas do reator", disse o estrategista Toshikazu Horiuchi, da Cosmo Securities. O vice-diretor de estratégia de investimentos da Daiwa Securities Capital Markets, Yumi Nishimura, disse que também cresceu a expectativa de que o Japão possa intervir no câmbio. Mais cedo, o ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, declarou que o grupo das sete maiores potências mundiais (G-7) discutirá numa videoconferência ministerial o impacto do terremoto sobre a economia japonesa e os mercados financeiros.
Declarações moderadamente otimistas da Associação de Petróleo do Japão sobre a restauração gradual das operações desde o terremoto da última sexta-feira também melhoraram o sentimento em relação às ações das refinarias. As informações são da Dow Jones