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Bolsa avança 3,80% após Ibope mostrar ampliação de vantagem de Bolsonaro

O noticiário eleitoral no país blindava o pregão brasileiro de certa aversão ao risco que prevalecia no exterior

Levantamento Ibope divulgado na segunda-feira à noite mostrou Bolsonaro com 31 por cento das intenções de voto, seguido pelo candidato do PT, Fernando Haddad, com 21 por cento (Germano Lüders/Exame)

Levantamento Ibope divulgado na segunda-feira à noite mostrou Bolsonaro com 31 por cento das intenções de voto, seguido pelo candidato do PT, Fernando Haddad, com 21 por cento (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 10h27.

Última atualização em 2 de outubro de 2018 às 15h52.

São Paulo - O Ibovespa registrava forte valorização na tarde desta terça-feira. Por volta das 15h30, o índice disparava cerca de 3,84 por cento aos 81 mil pontos. O bom desempenho da Bolsa está relacionado aos agentes financeiros ajustando posições à pesquisa Ibope da véspera, que mostrou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ampliando vantagem na liderança da corrida eleitoral.

Levantamento Ibope divulgado na segunda-feira à noite mostrou Bolsonaro com 31 por cento das intenções de voto, seguido pelo candidato do PT, Fernando Haddad, com 21 por cento. No levantamento anterior Bolsonaro tinha 27 por cento, enquanto Haddad aparecia com os mesmos 21 por cento.

A equipe da corretora Brasil Plural destacou que as pesquisas anteriores mostravam crescimento de Haddad, estabilidade de Bolsonaro e um cenário positivo para o petista na simulação de segundo turno, quadro que mudou com a sondagem divulgada pelo Ibope na última noite.

"Bolsonaro cresceu e a rejeição a Haddad e ao PT tiveram alta significativa", citou a corretora, chamando a atenção para pesquisa Datafolha prevista para essa terça-feira, além de nova sondagem do Ibope nesta semana. "A ver se as tendências apontadas pelo Ibope ontem se confirmam", afirmou.

Apesar de Haddad ter sinalizado recentemente uma política menos heterodoxa, a preferência por Bolsonaro persista entre agentes financeiros, dada a desconfiança em relação à capacidade do candidato do PT de implementar uma política de maior austeridade fiscal e promover reformas como a da Previdência.

Profissionais do mercado financeiro também têm citado retorno de capital externo para a bolsa brasileira, em movimento que acompanha fluxo para mercados emergentes. Até o dia 27 de setembro, o saldo no mês estava positivo em quase 3 bilhões de reais.

O noticiário eleitoral no país blindava o pregão brasileiro de certa aversão ao risco que prevalecia no exterior, refletida no dólar mais forte em relação a outras divisas, enquanto Wall Street não mostrava uma tendência clara, com os principais índices acionários próximos da estabilidade.

Destaques

- PETROBRAS subia 5,9 por cento, entre os maiores ganhos, uma vez que os papéis da petrolífera de controle estatal figuram entre os mais sensíveis a expectativas sobre a disputa presidencial. PETROBRAS ON avançava 5por cento.

- BANCO DO BRASIL valorizava-se 6,35 por cento, capitaneando os ganhos de bancos do Ibovespa, também suscetíveis a especulações eleitorais. ITAÚ UNIBANCO PN subia 3,67 por cento, BRADESCO PN ganhava 5,37 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT avançava 6 por cento.

- ELETROBRAS ON tinha alta de 8,15 por cento, outro papel influenciado por apostas eleitorais, dado seu controle estatal, assim como COPEL, que subia 7,07 por cento, e CEMIG PN, que tinha elevação de 5,14 por cento. Ainda no setor de serviços públicos de controle estatal, SABESP apreciava-se 6,64 por cento.

- GOL PN subia 6,88 por cento, beneficiada pelo declínio de mais de 1 por cento do dólar frente ao real, uma vez que o câmbio tem forte impacto nos custos da companhia aérea. A relativa fraqueza dos preços do petróleo endossava a recuperação dos papéis.

- VALE mostrava elevação de 1,57 por cento, acompanhando o avanço de outras mineradoras no exterior.

- SUZANO e FIBRIA caíam 3 e 1,65 por cento, respectivamente, com o recuo do dólar ante o real abrindo espaço para alguma realização de lucros, particularmente em Suzano, que acumula alta de mais de 150 por cento no ano.

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