Bolsa atinge maior pontuação do mês e dólar volta aos R$ 4,16
Em início de temporada de balanço nos EUA, JP Morgan surpreende e puxa índices americanos
Guilherme Guilherme
Publicado em 15 de outubro de 2019 às 18h00.
Última atualização em 15 de outubro de 2019 às 18h33.
Em dia marcado pelo início do período de divulgação dos balanços do terceiro trimestre nos Estados Unidos , o Ibovespa seguiu o movimento de alta das bolsas americanas e avançou 0,19% nesta terça-feira (15). Com isso, o principal índice da Bolsa fechou em 104.489 pontos, o maior nível desde 30 de setembro.
Embora a cena apontasse para maior apetite ao risco, recentes altas do dólar indicam cautela. Na sessão de hoje, a moeda americana subiu 0,89% e passou a valer 4,165 reais. No último dia 4, o dólar valia 4,057 reais.
No mercado de ações, o resultado financeiro do JP Morgan surpreendeu positivamente os investidores e fez as ações da instituição financeira subir 3%, o que ajudou a pressionar para cima os principais índices do mercado americano.
No Brasil, os papéis da Petrobras fizeram a função de sustentar o quinto dia de valorização do Ibovespa. Com grande participação no índice, a estatal viu suas ações ordinárias se apreciarem 1,35% e as preferenciais, 1,06%, após a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado ter aprovado o projeto da cessão onerosa.
Já a maior alta da sessão ficou com os papéis da CSN , que se valorizaram 2,87%. Outras companhias do setor tiveram bom desempenho na Bolsa, como Gerdau e Usiminas que subiram 1,82% e 0,99%, respectivamente. Com maior peso no índice entre as siderúrgicas, a Vale, porém, fechou em queda de 0,17%.
As ações da Yduqs , ex-Estácio, subiram 2,12% após EXAME noticiar que a companhia negocia com exclusividade a compra de ativos da Adtalem Global Education, empresa que, no Brasil, administra as escolas das marcas Wyden Educational, Ibmec e Damasio.
No extremo negativo do Ibovespa, os papéis da Equatorial caíram 4,95%. Nesta terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ) rejeitou a revisão das tarifas cobradas no Piauí, onde a companhia é responsável pela distribuição de energia.
Já as ações da SLC Agrícola recuaram 2,36% tendo no radar a possibilidade de a China gastar até 50 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos Estados Unidos como parte de um possível acordo comercial. A empresa é uma das maiores exportadoras de soja do país, produto de alta demanda chinesa.
De acordo com o economista-chefe da Necton, André Perfeito, isso atrapalharia o agronegócio brasileiro, o que poderia resvalar, inclusive, no mercado de câmbio. "Se confirmada alguma diminuição das exportações de soja brasileira à China temos mais uma pressão de alta do dólar devido a uma balança comercial menos potente", escreveu em relatório a clientes