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Bolsa abre em forte queda após rebaixamento dos EUA

O Ibovespa já caiu 3,31%, aos 51.175 pontos, logo na abertura

A Bovespa não deve passar ilesa dessa nova realidade financeira, com o rebaixamento do rating dos Estados Unidos (Marcel Salim/EXAME.com)

A Bovespa não deve passar ilesa dessa nova realidade financeira, com o rebaixamento do rating dos Estados Unidos (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 10h42.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em forte queda, após a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar o rating (nota) AAA dos Estados Unidos para AA+, na sexta-feira à noite. Até mesmo na Europa, que tenta se consolar com um afago do Banco Central Europeu (BCE) na compra de títulos soberanos, as perdas giram em torno de 2%, assim como em Wall Street. E a Bovespa não deve passar ilesa dessa nova realidade financeira, com os investidores podendo testar até mesmo a marca dos 50 mil pontos, mas talvez ainda sem acionar um circuit breaker (interrupção) nos negócios locais. Às 10h11, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 3,31%, aos 51.175 pontos.

O economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante, lembra que a reprecificação dos ativos verificada no início deste mês é um movimento que já considerava uma reavaliação do cenário econômico global. Para ele, talvez a queda do Ibovespa não seja tão forte, com chances de segurar os 50 mil pontos, apesar da crescente falta de confiança entre os investidores e da intensa busca por proteção em ativos mais seguros. Mas "tudo vai depender da intensidade da queda nas Bolsas de Nova York", que vão ditar o rumo dos negócios pelo mundo hoje.

Na Europa, as Bolsas de Paris e de Frankfurt caíam pela manhã, sem encontrar muito conforto na sinalização do BCE e dos líderes do G-7 de que vão agir para evitar uma nova crise financeira. A autoridade monetária europeia comprou mais de 1 bilhão de euros em bônus da Itália e da Espanha, aliviando a pressão negativa apenas nessas praças financeiras.

O analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, lembra, em relatório, que a situação da crise das dívidas europeias também está longe de terminar, o que traz pressão adicional aos mercados financeiros. "O rating AAA dos EUA somente deverá ser recuperador, se for, entre cinco e dez anos", completa. Segundo ele, há também um receio com os dados econômicos norte-americanos, que têm sido cada vez mais fracos, reacendendo o temor de uma nova recessão no país, arrastando as demais economias mundo afora.

Em entrevista concedida à Agência Estado no último sábado, o gestor de recursos Fábio Anderaos avalia que as empresas que têm uma maior dependência da atividade industrial norte-americana e uma maior exposição ao país, como a Gerdau, podem sofrer mais duramente. As ações mais líquidas e com maior apetite por parte dos investidores estrangeiros também devem ficar entre as mais sensíveis.

E, para fechar o cenário dos mercados, hoje à noite será divulgado na China dados sobre atividade e inflação, que poderão ser um driver para os mercados amanhã.

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