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BM&FBovespa estuda criar taxa alternativa à Ptax

Referência de câmbio poderia ser usada em derivativos; Projeto deve ser posto em prática no 1o semestre

"Além de divulgar esses quatro 'fixings', a gente vai divulgar a média desses quatro 'fixings'", disse Sérgio Goldenstein, da BM&FBovespa. (Alex Wong/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 10h40.

São Paulo - A BM&FBovespa pretende criar uma taxa de referência alternativa para o dólar, aproveitando a mudança do cálculo da Ptax em julho.

A iniciativa poderia dar mais transparência ao mercado de câmbio, disseram dois diretores da bolsa à Reuters. A ideia também é atrair mais liquidez para a plataforma eletrônica de dólar à vista da BM&FBovespa, atualmente em segundo plano em relação às operações no mercado de balcão.

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A Ptax é a taxa média diária das operações de câmbio à vista. Atualmente, ela é calculada pelo Banco Central como uma média ponderada de todas as compras e vendas de dólares e é usada como principal referência para o câmbio, inclusive nos contratos futuros de moeda estrangeira.

A partir de julho, o BC passará a calcular a Ptax como uma média aritmética de taxas colhidas em torno de 10h, 11h, 12h e 13h com os bancos dealers de câmbio (atualmente são 13). O objetivo do BC é diminuir a diferença de liquidez entre o mercado futuro e o mercado à vista.

A ideia da bolsa é replicar esse método dentro de sua plataforma eletrônica de negociação, com leilões de um minuto em horários semelhantes aos da coleta da Ptax pelo BC.

"Além de divulgar esses quatro 'fixings', a gente vai divulgar a média desses quatro 'fixings'", disse Sérgio Goldenstein, diretor de Renda Fixa e Câmbio da BM&FBovespa.

"Na frente, nada impediria de você ter contratos derivativos, ou ter contratos de câmbio, indexados ao fixing que a bolsa estaria divulgando, e não à Ptax", completou.

O projeto deve ser colocado em prática no primeiro semestre, ainda antes da implantação da nova Ptax, ainda em testes pelo Banco Central. "Isso veio até como uma demanda dos participantes do mercado", afirmou Marcos Carreira, diretor de Derivativos da BM&FBovespa.

O BC não se opõe à criação de uma alternativa à Ptax. De acordo com Goldenstein, a iniciativa da bolsa "vem justamente por saber que o BC não vê nenhum obstáculo".

Ele ressaltou que o risco de divergência entre as duas taxas é pequeno mas existe, devido à possibilidade de horários diferentes para a coleta e ao universo mais abrangente de contribuintes. No "fixing" de câmbio, todos os agentes cadastrados na plataforma da BM&FBovespa poderiam participar, e não somente os dealers, como na Ptax. Goldenstein, no entanto, vê isso como uma vantagem do sistema alternativo.

A intenção da BM&FBovespa ao oferecer os "fixings" vai além da transparência do mercado de câmbio. Atualmente, a plataforma eletrônica de negociação com o dólar à vista dentro da bolsa tem apenas cerca de 10 por cento do volume total do mercado, apesar de quase todas as operações serem registradas na clearing (câmara de compensação) da instituição.

"A gente não vai cobrar nada pelo uso e pela divulgação dessa taxa referencial. Nossa intenção é fomentar um mercado eletrônico, dar transparência, e não fazer receita em cima dessa taxa", disse Goldenstein.

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