Mercados

BB e Caixa crescem enquanto privados resistem à Dilma

As carteiras de crédito dos bancos públicos, incluindo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, cresceram 12,3% este ano até julho


	Dilma Rousseff pressiona os bancos para reduzir os juros e estimular a economia
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff pressiona os bancos para reduzir os juros e estimular a economia (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 08h40.

Brasília - Os bancos privados brasileiros estão perdendo participação de mercado para as instituições públicas, que ampliam seu volume de crédito como parte da política do governo da presidente Dilma Rousseff de reduzir os juros para estimular a economia.

As carteiras de crédito dos bancos públicos, incluindo Banco do Brasil SA e Caixa Econômica Federal, cresceram 12,3 por cento este ano até julho, quase quatro vezes mais do que a alta de 3,4 por cento dos bancos privados, o menor ritmo em três anos. Os bancos de controle estatal representavam 45,4 por cento dos empréstimos feitos no País, o maior percentual desde outubro de 2000. A taxa de juros média cobrada nos empréstimos pessoais pela Caixa era de 1,74 por cento ao mês no fim de agosto, menos da metade do que cobra o Banco Bradesco SA, segundo maior banco do País em valor de mercado.

As instituições privadas estão ignorando o maior corte da taxa básica de juros entre os países do Grupo dos 20 em meio ao aumento da inadimplência e aos menores spreads desde dezembro de 2007. O País, cuja taxa de crescimento do crédito, de 17,7 por cento ao ano em julho se compara aos 16,1 por cento da China, corre o risco de levar créditos de má qualidade para os bancos estatais e de fazer os bancos privados recuarem num momento em que o governo quer reativar a economia de seu ritmo mais lento desde 2009, segundo o CIBC World Markets.

“Eles vão pressionar os bancos privados e terão pelo caminho um problema não relacionado a desempenho, que é automaticamente uma obrigação do governo”, disse John Welch, estrategista do CIBC, em entrevista por telefone de Toronto. “Quando você força as coisas assim, acaba deixando de tomar certos cuidados.”

Acompanhe tudo sobre:BancosBB – Banco do BrasilCaixaCréditoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFinançasGoverno DilmaJuros

Mais de Mercados

Airbnb lida com regulamentações de aluguel para expandir operação em diversos continentes

Shutdown evitado nos EUA, pronunciamento de Lula e Focus: o que move o mercado

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio