Para Barclays, queda das ações da BM&FBovespa já foi suficiente
Entre terça e quinta-feira, as ações da bolsa ficaram 10% mais baratas
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2010 às 20h53.
São Paulo - Os analistas do banco britânico Barclays acreditam que a recente queda das ações da BM&FBovespa já reflete o aumento de despesas e de investimentos da bolsa brasileira, que deve reduzir o lucro líquido da empresa nos próximos trimestres. Nos últimos três pregões, a cotação dos papéis BVMF3 caiu pouco mais de 10%.
A bolsa planeja desenvolver uma nova plataforma de negociação de ações e contratos futuros com o grupo CME, dono da bolsa de Chicago, a maior do mundo em derivativos. A ideia é que a plataforma possa ser licenciada para outros mercados como a Nasdaq, com quem a BM&FBovespa também negocia um acordo de roteamento de ordens.
Ainda em linha com a intenção de crescer, a BM&FBovespa também confirmou que tem mantido contato com mercados asiáticos para reforçar parcerias em áreas que darão visibilidade à bolsa brasileira. A primeira delas é a promover os BDR (Certificados de Depósito de Valores Mobiliários emitidos no exterior). Além disso, outra pretensão é a de facilitar as condições para que ações brasileiras também sejam cotadas em bolsas na Ásia, em particular, na China. O último alvo de parcerias é a criação de uma lista de papéis cotados em dólar, cujos alvos seriam principalmente investidores na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos.
No longo prazo, esses investimentos são fundamentais para que a bolsa possa elevar o número de pessoas físicas atendias de 570.000 para 5 milhões nos próximos cinco anos. No entanto, o impacto no curto prazo será de aumento dos investimentos. O Barclays reduziu em 5% sua projeção de lucro para a bolsa neste ano, mas manteve a recomendação de "overweight" (com potencial de valorização acima da média do mercado) para os papéis.