Dólar: moeda norte-americana fechou em queda de 0,30 %, a 2,0105 real na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 4,3 bilhões de dólares. (Oscar Siagian/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 18h24.
São Paulo - O dólar encerrou em queda frente ao real, após o Banco Central atuar no mercado quando a moeda norte-americana estava no patamar de 2,02 reais, reforçando interpretações da existência da banda informal de 1,95 a 2 reais.
O dólar fechou em queda de 0,30 %, a 2,0105 real na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 4,3 bilhões de dólares.
"Tem uma ideia do governo de tentar, por um lado evitar que a inflação piore... e ao mesmo tempo uma preocupação com o setor industrial", afirmou o economista sênior do BES Investimento Flavio Serrano. "Talvez eles tenham encontrado entre 1,95 e 2 reais um nível que seja confortável (para o dólar)".
A divisa norte-americana tem sido negociada acima de 2 reais desde quinta-feira, após a queda no apetite por ativos de risco motivada pela crise financeira no Chipre impulsionar as cotações para acima do teto informal.
O dólar registrava alta de quase 0,5 % quando o BC anunciou a realização de um leilão de contratos de swap cambial tradicional --que equivale à venda de dólares no mercado futuro-- nesta manhã. Após o anúncio, o dólar reverteu a trajetória, descolou-se dos mercados internacionais e passou a cair frente ao real.
"Por conta da formação da Ptax, o BC entrou num momento bastante elevado", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca, referindo-se ao fechamento da Ptax nesta quinta-feira.
Embora o dólar tenha encerrado acima do patamar de 2 reais mesmo após a intervenção, analistas afirmavam que a moeda deve caminhar naturalmente para patamares mais baixos, sob o olhar atento do BC.
"Quando o BC dá o sinal, o mercado começa a ajustar. Então, eu acho que na próxima semana o dólar desce um pouquinho", afirmou o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.
Segundo analistas, essa queda deve ser auxiliada também por maiores entradas de dólares decorrentes de safras agrícolas, que ganham fôlego nos próximos meses, e pela perspectiva de aumento na taxa básica de juros, o que tornaria a economia brasileira mais atraente a capitais estrangeiros.
Dados divulgados pelo BC mostraram que o Brasil registrou entrada líquida de 264 milhões de dólares em março até o dia 22.
Além disso, afirmaram operadores, o humor externo tende a melhorar à medida que a situação no Chipre caminha para uma solução, o que também deve pressionar as cotações do dólar para baixo.
Para assegurar o resgate de 10 bilhões de euros, o Chipre aceitou fechar o segundo maior banco do país e impôs grandes perdas a correntistas com mais de 100 mil euros nas contas.