Quem chegou ao fundo do poço?
Como era de se esperar, a temporada de balanços veio tingida de vermelho. As empresas de capital aberto tiveram uma queda de 24% nos resultados do segundo trimestre, na comparação anual. Ainda assim, o Ibovespa subiu 4,3% desde o início da divulgação de resultados, no dia 21 de julho. O motivo da alta é a expectativa […]
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2016 às 20h56.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h10.
Como era de se esperar, a temporada de balanços veio tingida de vermelho. As empresas de capital aberto tiveram uma queda de 24% nos resultados do segundo trimestre, na comparação anual. Ainda assim, o Ibovespa subiu 4,3% desde o início da divulgação de resultados, no dia 21 de julho. O motivo da alta é a expectativa de que muitos setores já tenham batido no fundo do poço e possam agora trilhar um caminho de retomada – em alguns casos, já no terceiro trimestre.
As siderúrgicas são um exemplo. Analistas do banco Citi avaliam que o setor apresentou uma melhora no volume de vendas e o aumento no preço do aço deve impulsionar os números muito em breve. De abril a junho, as companhias do setor conseguiram reduzir o prejuízo quase pela metade, na comparação com o mesmo período do ano passado. O prejuízo passou de 1 bilhão para 571 milhões de reais.
O Citi ressalta ainda algumas varejistas que, apesar do cenário desafiador, aumentaram sua participação no mercado e fizeram ajustes para lucrar mais no segundo trimestre. É o caso da varejista de roupas Renner, que aumentou o lucro em 10,5%, para 174,8 milhões de reais. O lucro da farmacêutica Raia Drogasil foi o maior de todos os tempos: 155 milhões de reais.
Em outros mercados, os resultados do segundo trimestre só serviram para mostrar que a retomada ainda está longe. No setor de construção, por exemplo, o prejuízo do segundo trimestre passou de 19,9 milhões de reais, no ano passado, para 971 milhões de reais este ano, segundo dados da consultoria Economatica. Para as construtoras e incorporadoras, o cenário de crédito restrito e desemprego – que já atinge 11,2% da população – continuará dificultando as vendas e aumentando os distratos.
O lucro dos bancos, por sua vez, encolheu 21% em relação a 2015. Nos próximos trimestres, os números dos principais bancos do país devem continuar diminuindo. Para analistas do banco Goldman Sachs, o ponto de virada deve vir apenas em meados de 2017. Ao olhar para o desempenho dessas ações no Ibovespa, que já subiram em média 53,8% no ano, parece que os investidores não estão com muita pressa.