B3: Americanas deve ser removida do ISE até o fim de janeiro
Caso vá para recuperação judicial, a empresa será removida de todos os índices de forma automática
Karina Souza
Publicado em 17 de janeiro de 2023 às 16h36.
Última atualização em 17 de janeiro de 2023 às 17h12.
A B3 deve remover a Americanas do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) até o fim de janeiro, de acordo com Gilson Finkelsztain, CEO da exchange, como afirmou em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 17. A remoção não é imediata — mesmo depois da divulgação das inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões — porque há um processo estabelecido e que dura, em média, 15 dias até ser concluído. Em linhas gerais, envolve a notificação da empresa a ser removida, com um conjunto de perguntas a serem respondidas. Depois, um prazo para resposta da empresa aos questionamentos da B3 e, por fim, a análise do comitê da bolsa (tendo a empresa respondido a todos os questionários enviados ou não).
Caso a companhia entre, de fato, em recuperação judicial, ela será retirada de todos os índices relacionados à B3, mas permanecerá no Novo Mercado. Isso porque, hoje, não há um mecanismo capaz de eliminar uma companhia do segmento em que estão incluídas as empresas com o maior nível de governança da bolsa.
Questionado a respeito do assunto, Finkelsztain afirmou que o segmento estabelece “os parâmetros mínimos” para que as empresas possam aderir a ele, e afirmou que a B3 pode avaliar, em reuniões futuras, um novo recurso que permita retirar companhias do Novo Mercado. Também entram na conta dessa avaliação possíveis soluções capazes de aperfeiçoar a prevenção a esse tipo de caso. “Exclusão talvez seja, no fim das contas, uma etapa onde já é ‘tarde demais’”, afirmou o CEO.
Durante o bate-papo com jornalistas, Finkelsztain ressaltou o papel de “Infraestrutura” que a B3 tem, fornecendo todos os dados necessários para a CVM. Trata-se de um processo que acontece de forma automática em casos como esse, de acordo com o CEO da B3.