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Azul adia abertura de capital pela terceira vez desde 2013

Dessa vez, o motivo são as condições adversas do mercado de capitais


	Avião da Azul: estimada pelo mercado em R$ 1 bilhão, a companhia aérea planeja uma abertura de capital desde sua fundação
 (Mario Roberto Duran Ortiz/Wikimedia)

Avião da Azul: estimada pelo mercado em R$ 1 bilhão, a companhia aérea planeja uma abertura de capital desde sua fundação (Mario Roberto Duran Ortiz/Wikimedia)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 08h30.

São Paulo - Pela terceira vez, a Azul Linhas Aéreas vai adiar sua estreia na bolsa brasileira. Segundo fontes próximas à companhia, a empresa decidiu voltar atrás em relação à oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) por causa das condições adversas do mercado de capitais.

No ano passado, em meio às incertezas sobre a economia brasileira, apenas a empresa de produtos veterinários Ourofino seguiu até o fim com a oferta.

A Azul pediu o registro de companhia aberta e de oferta de ações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à SEC (Securities Exchange Commission) em 1º de dezembro do ano passado. A aérea também solicitou registro em maio de 2013 e em fevereiro de 2014.

Apesar de ter desistido agora, a companhia aérea fundada por David Neeleman ainda pretende lançar seus papéis nas bolsas de valores brasileira e americana quando o cenário econômico for mais favorável, apurou o Estado.

A decisão ainda não foi comunicada oficialmente à CVM. Procurada, a Azul não comentou a informação.

Estimada pelo mercado em R$ 1 bilhão, a companhia aérea planeja uma abertura de capital desde sua fundação, em dezembro de 2008, mas o plano vem sendo adiado há pelo menos três anos. A primeira estimativa feita por David Neeleman era de que a Azul poderia abrir o capital em 2011.

O cenário adverso para lançamento de ações na Bolsa brasileira nos últimos anos e a fusão com a aérea regional Trip, anunciada em maio de 2012, fizeram com que o IPO ficasse para depois.

Segundo fontes do mercado, a empresa vinha sendo pressionada pelos fundos de private equity para abrir o capital e dar a eles uma possibilidade de vender suas ações e realizar o investimento feito na companhia.

Entre os sócios da Azul, estão os fundos Bozano, Weston Presidio, TPG, Fidelity e Gávea Investimentos, gestora de recursos fundada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

Os antigos controladores da Trip, as famílias Chieppe e Caprioli, somam uma participação de cerca de 30% no capital da empresa.

No prospecto da oferta de ações apresentado em dezembro, a aérea informava que usaria os recursos para comprar jatos da Embraer e ATRs, investir na ampliação de rotas, pagar dívidas e reforçar o capital de giro.

No ano passado, a companhia divulgou planos ambiciosos de expansão, que incluem reforços na operação internacional e regional e podem exigir o reforço da frota. Até setembro, a Azul somou receita de R$ 4,2 bilhões e prejuízo líquido de R$ 63 milhões, segundo o documento.

Apesar da alta do dólar em relação ao real (componente que desfavorece as aéreas já que o custo delas é dolarizado), a Azul tinha alguns pontos a seu favor quando decidiu retomar a abertura de capital em dezembro.

Entre eles, a recente queda no preço do barril do petróleo, o início da operação da empresa no aeroporto de Congonhas e o plano de aviação regional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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