Nesta segunda-feira, o giro financeiro ficou em R$ 9,92 bilhões (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2012 às 17h46.
São Paulo - A aversão ao risco voltou a ditar o rumo dos negócios e fez a Bovespa encerrar a segunda-feira em queda. O mau humor foi ditado pelas projeções do Fundo Monetário Internacional e dados ruins sobre o varejo norte-americano. Além disso, no fim de semana, o premiê da China alertou que a recuperação do país ainda não é estável. O tradicional vencimento de opções sobre ações ditou a volatilidade durante a manhã e ajudou a ampliar o fluxo financeiro.
O Ibovespa encerrou com perda de 1,71%, aos 53.401,80 pontos. Na mínima, o índice atingiu 53.216 pontos (-2,05%) e, na máxima, 54.418 pontos (+0,16%). O giro financeiro ficou em R$ 9,92 bilhões, sendo R$ 3,784 bilhões referentes ao vencimento de opções sobre ações. Os dados são preliminares.
Para o gestor de investimento da corretora H.H. Picchioni, Paulo Amantéa, o que mais pesou no dia foi a informação sobre a China, já que a Bolsa tem forte relação com commodities. "A cada dia surge uma notícia ruim. Mas, não é Europa a que interfere tanto, é a China que mais preocupa por causa da relação com commodities", disse, ressaltando que os negócios do pregão foram concentrados em operações day trade. "Não há dinheiro novo. O que vejo são operações day trade, de giro ou de carteira própria."
As blue chips - Vale e Petrobras - terminaram em baixa. As ações também foram influenciadas pela questão "China". O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, alertou que a recuperação econômica do país ainda não é estável e os obstáculos deverão prosseguir por algum tempo, segundo reportagem da agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Com isso, o papel ON da Vale fechou com recuo de 1,57% e o PNA, -1,37%.
Já Petrobras foi na contramão do preço do petróleo no exterior e a ação ON caiu 1,48% e a PN cedeu 1,02%. O contrato de petróleo com vencimento em agosto terminou com alta de 1,53%, a US$ 88,43.
As siderurgias foram influenciadas ainda pela notícia de que a demanda por aço na União Europeia permanecerá reduzida por mais tempo do que se previa e uma recuperação provavelmente só virá a partir do segundo trimestre de 2013, conforme a Associação Europeia de Aço, ou Eurofer: Gerdau PN (-2,92%), Metalúrgica Gerdau PN (-1,89%), Usiminas PNA (5,84%) e Siderúrgica Nacional ON (-2,60%).
Nos EUA, as vendas no varejo em junho apresentaram queda de 0,5%, o terceiro mês seguido de declínio.
Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 0,39%, o S&P 500 perdeu 0,23% e o Nasdaq recuou 0,40%.