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Aversão a risco no exterior dita queda de 0,6% do Ibovespa

Em Nova York, os índices Standard & Poor's 500 e Dow Jones caíam cerca de 0,5 por cento a uma hora do fechamento

Sala de operações da Bovespa (Lailson Santos/EXAME)

Sala de operações da Bovespa (Lailson Santos/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 19h01.

São Paulo - As ações brasileiras recuaram nesta quinta-feira, acompanhando a tendência das bolsas internacionais, após números ruins da Cisco nos Estados Unidos, dados de inflação na China e novos sinais de preocupação com a saúde fiscal de países europeus.</p>

O Ibovespa caiu 0,62 por cento, a 71.195 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 5,99 bilhões de reais.

Em Nova York, os índices Standard & Poor's 500 e Dow Jones caíam cerca de 0,5 por cento a uma hora do fechamento. O Nasdaq perdia 0,9 por cento, após cair 2 por cento na abertura por causa das perspectivas pessimistas da empresa de tecnologia Cisco.

"A Cisco pressionou bastante as bolsas lá fora", disse Leonardo Bardese, operador da corretora BGC Liquidez. No Brasil, o operador destacou a inflação acima do esperado na China, que explica o aumento dos depósitos compulsórios no país nesta semana e tende a reduzir a demanda do país asiático por matérias-primas brasileiras.

"Esse já era um tema recorrente aqui no mercado local." Os preços ao consumidor chinês subiram 4,4 por cento no ano até outubro, ante 3,6 por cento em setembro, e os preços no atacado avançaram à taxa anual de 5 por cento, ante 4,3 por cento no mês anterior.

Além disso, operadores destacaram que, na Europa, a diferença de rendimento entre os bônus de 10 anos da Irlanda e da Alemanha atingiu o maior nível já registrado. A percepção de maior risco decorre da desconfiança sobre a capacidade de Dublin para cumprir as medidas de austeridade fiscal.

Atenção aos números do 3º tri

Entre as ações de maior liquidez do Ibovespa, Petrobras PN caiu 1,51 por cento, a 26,72 reais, e Vale PN subiu 0,28 por cento, a 49,99 reais.

No caso da estatal, o mercado aguardava os dados financeiros do terceiro trimestre. A expectativa do mercado, segundo seis analistas ouvidos pela Reuters, é de aumento de 12 por cento do lucro líquido . Os resultados devem ser divulgados nesta noite.

Ações de construtoras se recuperaram, após o baque dos últimos dois dias. MRV subiu 6,8 por cento, a 16,50 reais, e Rossi 2,5 por cento, a 16,00 reais.

Na noite de quinta, a MRV divulgou lucro líquido de 216 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 110,6 por cento em relação ao ano anterior. Para Guilherme Vilazante e Vinicius Mastrorosa, do Barclays, os volumes de vendas e lançamentos ficaram abaixo da expectativa, mas as margens impressionaram.

Panamericano respira

Fora do índice, as ações do Banco Panamericano e de outros bancos médios também reagiram, após sofrerem na véspera com o aporte de 2,5 bilhões de reais no banco controlado pelo Grupo Silvio Santos por causa de uma fraude contábil.

As ações do Panamericano subiram 4,6 por cento, a 4,99 reais, após terem perdido quase 30 por cento na véspera. Pine, e Indusval avançaram entre 0,25 e 2,96 por cento.

O mercado também reagiu à recomposição dos índices pró-forma do MSCI Standard Brazil Index. Segundo analistas do Itaú, foram incluídas Dasa, Hering, Totvs, Anhanguera, Ecorodovias, Odontoprev e Amil.

Contrariando o Ibovespa, todas subiam, exceto a Amil, com destaque para a alta de 6,24 por cento da Odontoprev.

O mesmo relatório faz uma projeção da próxima carteira teórica do Ibovespa, cuja primeira prévia será anunciada no início de dezembro. De acordo com os analistas, a ação com mais chance de ser incluída é Hypermarcas. Mas sua ação caiu 2,37 por cento, a 26,80 reais, após a companhia ter anunciado pela manhã, junto com os resultados trimestrais, a compra de 5 marcas por 251,5 milhões de reais. 

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