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Avaliação da bitcoin está confundindo analistas de câmbio

A capitalização de mercado das moedas digitais aumentou para cerca de US$ 100 bi desde o início do ano, sendo que o bitcoin quase triplicou de preço

Bitcoin: “Tanto o ouro quanto o bitcoin são diferentes das moedas usuais" (Jim Urquhart/Reuters)

Bitcoin: “Tanto o ouro quanto o bitcoin são diferentes das moedas usuais" (Jim Urquhart/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2017 às 15h23.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 17h42.

Seattle - A bitcoin é o ouro da geração Y. Ou talvez o vinho fino e os objetos de arte colecionáveis dessa geração. Ou apenas uma bolha prestes a estourar.

Para os analistas de câmbio que tentam usar métodos tradicionais para avaliar a chamada moeda criptográfica e suas primas digitais, o bitcoin pode ser todas as opções acima -- menos uma moeda.

“É difícil usar a estrutura de avaliação padrão de câmbio baseada nos mecanismos fundamentais da moeda, como produtividade relativa, ou termos de troca do país, porque esses conceitos não existem”, disse Juan Prada, estrategista de câmbio do Barclays Capital em Nova York.

A capitalização de mercado das moedas digitais aumentou para cerca de US$ 100 bilhões desde o início do ano, sendo que a bitcoin quase triplicou seu preço, chegando a US$ 2.938,50 na terça-feira, em meio ao frenesi maior em torno das moedas criptografadas.

A demanda está crescendo à medida que mais empresas adotam o blockchain e as tecnologias similares que respaldam os vários métodos de câmbio e alguns investidores veem essas moedas como refúgio da incerteza em todo o globo.

Apesar de a tecnologia ser usada como forma de pagamento -- a função mais básica do dinheiro --, o melhor pode ser classificar as moedas digitais junto ao ouro ou a uma pintura, por exemplo, e não como uma moeda tradicional.

A bitcoin é mais volátil até que as moedas fiduciárias mais inconstantes e sua estrutura descentralizada faz com que seja difícil considerar sua avaliação.

“Tanto o ouro quanto a bitcoin são diferentes das moedas usuais no sentido de que não existe uma única entidade econômica que a use como meio de troca e unidade de conta”, disse Prada.

A tese se alinha à visão da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, na sigla em inglês), que em setembro de 2015 informou que a bitcoin e outras moedas virtuais foram oficialmente consideradas commodities.

Ao determinar isso, a CFTC pôde afirmar sua autoridade para supervisionar a negociação de futuros e opções da moeda criptografada no futuro.

Nick Bennenbroek, chefe de estratégia monetária da Wells Fargo Securities, disse que assim como a bitcoin pode ser visto como uma forma de riqueza ou de investimento, também pode ser colocado na classe um tanto vaga dos ativos alternativos.

“Como recurso alternativo pode haver algum valor neste produto eletrônico porque (a) você pode usá-lo para pagamentos e (b) pode haver algum valor nesse blockchain e na capacidade de, de forma descentralizada, verificar transações”, disse Bennenbroek.

“Existem outras formas de ativos, assim como as pessoas às vezes compram pinturas e isso faz parte do portfólio delas. As pessoas compram garrafas de vinho. Mas algumas pessoas argumentariam que há um valor intrínseco em uma pintura.”

O bilionário da tecnologia Mark Cuban aumentou a especulação na terça-feira ao dizer no Twitter que a bitcoin é uma bolha e ajudou a desencadear uma oscilação de mais de US$ 200 no preço intradiário.

“Não estou questionando o valor. Estou questionando a avaliação”, disse Cuban.

“Definitivamente é um meio de troca, mas a volatilidade do preço faz com que não seja muito útil como unidade de conta, para medir coisas em bitcoin”, disse Bennenbroek.

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