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Aumento de capital na B2W reduz valor da Lojas Americanas, diz Ágora

Resultados fracos no varejo online e incertezas impactam negativamente as projeções para a controladora

Ágora Corretora cortou o preço-alvo da Lojas Americanas de R$ 20,70 para R$ 19,80 até dezembro de 2011 (Lia Lubambo/EXAME)

Ágora Corretora cortou o preço-alvo da Lojas Americanas de R$ 20,70 para R$ 19,80 até dezembro de 2011 (Lia Lubambo/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2011 às 15h24.

São Paulo – O aumento de capital feito pela Lojas Americanas (LAME4) em sua controlada, a B2W (BTOW3) - dona dos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime -, ainda gera “muitas incertezas” no mercado e tem impactado negativamente as perspectivas de crescimento da controladora, afirma em relatório a analista Juliana Vasconcellos da Ágora Corretora.

Mesmo considerando um cenário otimista para os negócios no varejo físico (Lojas Americanas) que, por sua vez, apresenta “um sólido caso de investimento”, as perspectivas para o varejo online (B2W) não são satisfatórias, principalmente em virtude da concorrência no setor.

Diante deste cenário, a Ágora optou por reduzir de 20,70 reais para 19,80 reais o preço-alvo para os papéis da Lojas Americanas até o fim do ano, mas manteve a recomendação de compra. “Os bons resultados no último trimestre de 2010 e o aumento da agressividade na abertura de lojas elevam a confiança no modelo de negócio do varejo físico”. O novo valor representa um potencial de alta de 44,4% nas ações da companhia.

Em contrapartida, as ações da B2W receberam preço-alvo de 26,60 reais até dezembro de 2011, com recomendação de manter. O potencial de valorização é de 22,6%. A analista explica que grande parte dos recursos obtidos através da captação de 1 bilhão de reais pela B2W, para fortalecer sua estrutura de capital e enfrentar a concorrência, devem ser consumidos pelos altos investimentos da companhia, já que a empresa prevê aplicar 350 milhões de reais apenas em 2011.

“O aumento de capital feito pela Lojas Americanas na B2W, para uma fatia total de 20%, não resolve os problemas da companhia no longo prazo”, diz Juliana. “O caso de investimento apresenta muitas incertezas. A competição continua muito forte... e a concorrência acirrada afeta questões comerciais como precificação, condições de pagamento e custos com frete”, alerta.

O acirramento da competição no varejo online aumenta a cautela com relação ao fluxo de caixa da empresa no futuro. “Parece claro que a B2W não tem conseguido acelerar seu crescimento, apesar de sacrificar margens. No curto prazo, estamos mais preocupados sobre a magnitude da recuperação do crescimento das receitas e de seus efeitos colaterais (minimização das margens e deterioração do capital de giro)”, explica.

Histórico

Refletindo a preocupação do mercado, as ações da B2W tiveram queda acumulada de 34% em 2010, respondendo pelo pior desempenho entre os papéis da carteira teórica do Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro. No acumulado de 2011, a queda já totaliza 30,38%.

Em 2010, a B2W viu seus lucros despencarem 45,8% na comparação com 2009. Os ganhos da companhia no período acumularam 33,6 milhões de reais, ante 62 milhões somados no ano retrasado.

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