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Ativa rebaixa ações da BM&FBovespa

Segundo reajuste do IOF pode não ser o fim das medidas do governo, apontam analistas

Caso as medidas cheguem ao mercado de ações, o resultado deve elevar as incertezas dos investidores estrangeiros (Germano Luders)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2010 às 11h24.

São Paulo - O risco do mercado de ações ser vitimado pela guerra cambial ainda não foi totalmente mitigado. As intervenções regulatórias que pairam sobre a BM&FBovespa (BVMF3) têm criado apreensão e uma série de dúvidas nos investidores, temerosos pela bolsa nacional. O cenário é potencialmente negativo, diz a corretora Ativa, que reajustou sua avaliação sobre a bolsa e rebaixou as ações de compra para neutra.

Em uma medida inesperada, o ministério da Fazenda elevou na segunda-feira o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os investimentos estrangeiros na renda fixa de 4% para 6% e anunciou que as margens de garantia para os derivativos também serão taxadas com 6%, acima da alíquota atual de 0,38%. Segundo os analistas, embora o novo aumento do IOF (imposto sobre operações financeiras) gere um impacto relevante, a medida seria um sinal claro de que o governo poderá continuar as intervenções contra a apreciação do real no curto prazo

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“Caso as medidas cheguem ao mercado de ações, o resultado deve elevar as incertezas dos investidores estrangeiros e limitar o potencial de crescimento de volume transacionado”. A Ativa manteve o preço-alvo para as ações inalterado em 14,94 por ação, com um upside de 6,3% para junho de 2011.

Em relatório divulgado ontem, o HSBC também rebaixou as ações da companhia e  estacou a situação atípica da bolsa em relação a seus pares mundiais. "A principal diferença entre a BVMF e seus pares globais é que ela é a única grande bolsa de valores que enfrenta riscos regulatórios, os quais podem ser prejudiciais a seus volumes de negócios", afirmaram os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago. As ações foram rebaixadas de overweight (alocação acima da média) para neutra.

Incertezas

Segundo o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, a bolsa não participou da discussão do governo sobre a medida e nem foi comunicada com antecedência. Entre as críticas do executivo está o fato de  a medida ir contra o aprofundamento de regras prudenciais, tão em discussão no mundo após a recente crise global.

"O mercado usa operações não só em bolsa, mas também em mercado de balcão e que também podem ser feitas fora do Brasil", disse. "O grande receio é a migração dos mercados para fora", explicou durante teleconferência realizada com investidores. O efeito da tributação maior sobre as margens de garantia na BM&F ainda está sendo analisado, acrescentou o executivo. "Vamos acompanhar pelo menos uns dois ou três dias para ver se tem impacto relevante e dai comunicar o mercado".

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