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Ataque do Irã derruba bolsas e faz petróleo e ouro dispararem

O disparo de mísseis fez aumentar os temores de um conflito mais amplo entre os países e deve ser o principal tema nas mesas de operações

Iranianos celebram ataque de ontem contra EUA: Israel e Dubai podem ser próximos alvos em caso de reação americana, segundo Teerã (West Asia News Agency/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 06h51.

Última atualização em 8 de janeiro de 2020 às 07h14.

São Paulo — A quarta-feira deve ser de tensão nas bolsas internacionais após os ataques do Irã a duas bases americanas no Iraque, pouco depois das 19h de ontem (horário de Brasília). O disparo de cerca de 20 mísseis fez aumentar os temores de um conflito mais amplo entre os países e deve ser o principal tema nas mesas de operações.

As bolsas asiáticas chegaram a cair mais de 2% ao longo da madrugada, e fecharam todas em queda: Tóquio recuou 1,57%; Hong Kong, 0,83%; Xangai, 1,22%. Os índices futuros das bolsas americanas caíram mais de 1% ao longo da madrugada. O preço do petróleo chegou a subir mais de 5% logo após os ataques. O ouro, ativo buscado em tempos de incerteza, abre o dia em alta de 0,5%. O índice Vix, conhecido como termômetro do medo global, começa a quarta-feira com alta de 6,96%.

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A maior dúvida é sobre os próximos desdobramentos. O presidente americano, Donald Trump, tuitou na noite de ontem que “está tudo bem” nas bases atacadas, e disse que fará pronunciamento na manhã desta quarta-feira. A expectativa inicial era de que ele falasse já na noite de ontem, de sangue quente, o que poderia ajudar a escalar o conflito.

Segundo analistas, o Irã teve o cuidado, ontem, de afirmar que a reação foi proporcional ao ataque sofrido, e que novas ações dependem de reações americanas. Mohamed Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do país, afirmou que não busca uma escalada nos embates, mas que vai se defender contra qualquer agressão. O país disse ainda que tem novos alvos na mira, entre eles o território americano, a cidade israelense de Haifa e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos — em ameaças que embaralha ainda mais o xadrez do Oriente Médio.

Como se o ambiente não estivesse confuso o suficiente, um avião ucraniano caiu perto da meia-noite (de Brasília) pouco depois de decolar do aeroporto de Teerã, capital do Irã. Não há sobreviventes entre as 170 pessoas a bordo, num episódio que, segundo o governo iraniano, trata-se de uma falha técnica.

Entre gestores e investidores, passadas 12h do ataque, a visão é que a retaliação era esperada, e que não deve levar a um banho de sangue nos mercados. A não ser, claro, que Trump suba o tom em suas declarações de hoje. “Lembramos que não necessariamente um conflito no Oriente Médio é ruim para o Brasil, o mecanismo de contágio será via dólar e neste sentido devemos monitorar com toda atenção a moeda nos próximos dia”, escreveu a seus clientes André Perfeito, economista-chefe da Necton.

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