Ata do Copom, IPCA-15 e estreia de Trump na bolsa: 3 assuntos que movem o mercado
Copom afirma que alteração de tom sobre projeção de queda de juros não tem relação com mudança de cenário
Repórter
Publicado em 26 de março de 2024 às 08h26.
Última atualização em 26 de março de 2024 às 08h29.
As bolsas internacionais voltam a subir nesta terça-feira, 26, após uma breve pausa para a realização de lucros no pregão de ontem. Com os índices próximos das máximas nos Estados Unidos, investidores ponderam até onde vai o rali. Na semana passada, o Federal Reserve passou uma sinalização dúbia quanto ao ciclo de corte de juros, mantendo a previsão para três quedas neste ano e elevando os juros previstos para 2025 e 2026. Mas os próprios membros do Fed têm divergido sobre a quantidade de cortes. O diretor do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, avaliou recentemente que pode haver apenas um corte de juro neste ano. Uma peça-chave desse quebra-cabeça é como irá se comportar o Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), principal indicador de inflação do Fed. A próxima divulgação está prevista para esta sexta-feira, 29, quando as bolsas americanas e brasileira estarão fechadas devido ao feriado.
Ata do Copom
No Brasil, investidores repercutem nesta terça a divulgação da ata do Copom. A grande questão da última decisão foi a garantia de que o Copom manteria o ritmo de cortes apenas para a próxima reunião, retirando a garantia que manteria por ao menos duas reuniões. Na ata, a alteração do tom se deu "por uma mudança na incerteza e não no cenário-base. Tal alteração reflete tão somente uma análise de custo-benefício da utilização desse instrumento adicional de política monetária. Por fim, reforçou-se que seria um equívoco interpretar a mudança na sinalização futura como uma indicação de alteração do ciclo de política monetária compatível com o cenário-base".
IPCA-15
Ainda nesta manhã, será divulgado o Índice de Preço ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), referente ao mês de março. O dado, que é uma prévia da inflação do período, deve revelar uma alta de 4,10% na comparação anual, segundo a mediana de mercado. O consenso é de uma alta mensal de 0,32%.
Estreia de Trump na Nasdaq
As ações da empresa do ex-presidente americano Donald Trump irão estrear nesta terça na Nasdaq e, pela movimentação do pré-mercado, devem apresentar forte alta logo no primeiro dia de negociação. A companhia é resultado de uma fusão entre a rede social Truth Social e a SPAC Digital World Acquisition. A operação permitiu que a rede social de Trump entrasse na bolsa sem a necessidade de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). A união das duas companhias formou a Trump Media & Technology Group, que estreia sob o ticker DJT. A fatia de Trump no negócio seria próxima de US$ 3 bilhões. Na véspera, as ações da SPAC Digital World Acquisition subiram 35%.