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Em crescimento acelerado, Mercado Livre vai colocar mais R$ 23 bilhões na operação brasileira

Serviços financeiros, tecnologia e logística serão destino principal do aporte no país

Mercado Livre: em 12 meses, as ações acumulam valorização de 30%, com a companhia avaliada em US$ 78,58 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)
Mercado Livre: em 12 meses, as ações acumulam valorização de 30%, com a companhia avaliada em US$ 78,58 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

26 de março de 2024 às 08:06

O Mercado Livre está aumentando a aposta no Brasil, seu principal mercado. A empresa de varejo on-line vai aportar R$ 23 bilhões no país, o maior valor já investido pela companhia em seus 25 anos. Há apenas seis anos, a empresa havia superado pela primeira vez a barreira do bilhão em investimentos, aportando R$ 1 bilhão.

As áreas a serem impulsionadas são as de tecnologia, logística, e-commerce e de banco digital, além das frentes de marketing e retail media. O montante previsto inclui alocação em bens de capital e uma parcela de suas despesas operacionais estratégicas associadas ao desenvolvimento das prioridades de negócios da companhia para os próximos anos, incluindo investimentos em inteligência artificial.

Com a rentabilidade como um ponto de atenção dos investidores – as ações acumulam queda de 5% desde a divulgação do balanço do quarto trimestre, em 23 de fevereiro –, Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil, afirma que o foco da companhia continua no crescimento do negócio. Em 12 meses, as ações acumulam valorização de 30%, com a companhia avaliada em US$ 78,58 bilhões.

“Queremos crescer com rentabilidade, mas sequencialmente não queremos dar saltos enormes. Mas vai ser melhor todo ano contra ano, não vemos nada de extraordinário que nos preocupe nessa trajetória”, diz em entrevista ao INSIGHT.

Em 2023, o lucro líquido saltou 156% e chegou a US$ 1,2 bilhão, um recorde. No entanto, o ritmo de crescimento foi menos intenso no quarto trimestre do que no terceiro, o que frustrou as expectativas altas do mercado. A receita cresceu 37% no ano, para US$ 14 bilhões. Neste ano, os primeiros meses, diz Yunes, já mostraram que o ritmo de crescimento de vendas continua. Indicadores de mercado têm apontado melhora do varejo no início de 2024.

Destino dos investimentos

Com inauguração de um novo centro de distribuição em Pernambuco prevista para o meio do ano, Yunes diz que parte dos investimentos deve ser destinada a abertura de mais centros distribuição no país ao longo do ano. “Um dos pontos importantes é a regionalização dos nossos centros”, diz. Hoje, muitas cidades, em especial no Norte e Nordeste, são atendidas pela frota mantida em parceria da varejista com a Gol.

“Nosso plano é seguir ampliando para outras regiões colocando mais tecnologia e tornando cada vez mais verde mais sustentável a nossa logística.” Atualmente, a empresa tem apenas um centro de distribuição na região Nordeste, na Bahia. A empresa também quer aumentar a participação de veículos elétricos em sua frota, hoje são 2,6 mil carros elétricos.

Uma das prioridades do aporte anual é o negócio de publicidade digital do Mercado Livre, voltada para os anúncios no ecossistema. O número total de anunciantes via Mercado Ads se aproximou de 170 mil em 2023, após aumentar por sete trimestres consecutivos, o que ajudou a receita do negócio de publicidade digital a atingir 1,6% do volume total de vendas na América Latina.

No Mercado Pago, grande parte dos investimentos deve ser destinada à oferta de crédito. O objetivo da companhia é seguir avançando na oferta de cartão de crédito e de crédito em geral, além de lançar mais produtos na área de seguros, dando musculatura para a fintech do grupo. O braço financeiro do grupo tem sido uma das alavancas de crescimento do negócio. O volume total de pagamentos cresceu 48%, para US$ 183 milhões, e o volume total de transações aumentou 73%, com a base de usuários aumentando 6,1%, para 69 milhões.

Embora ocupe a liderança do e-commerce e dos números do Mercado Pago indicarem crescimento acelerado, Yunes diz que os investimentos não devem perder tração no curto prazo. “Não enxergamos um momento de reduzir o aumento dos aportes. Acho que por um bom tempo os aportes vão seguir crescendo. Viemos numa curva de crescimento e vimos que o avanço dos aportes foi acompanhado de taxas importantes de crescimento do negócio. ”

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado