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Ata do Copom é destaque no mercado local e DIs caem

O BC informou na ata que "qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia"

Na cena corporativa, as units do BTG Pactual estrearam na bolsa brasileira, que também aguardava a divulgação de vários balanços de empresas (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

Na cena corporativa, as units do BTG Pactual estrearam na bolsa brasileira, que também aguardava a divulgação de vários balanços de empresas (©AFP / Yasuyoshi Chiba)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 16h01.

São Paulo - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) concentrou as atenções do mercado local nesta quinta-feira e reforçou a aposta em mais cortes da Selic, o que fez os juros futuros acentuarem a queda observada nos últimos dias.

Na cena corporativa, as units do BTG Pactual estrearam na bolsa brasileira, que também aguardava a divulgação de vários balanços de empresas. Já no exterior, as bolsas apresentavam rumos opostos, ainda com preocupação em relaçào à Europa, mas com os mercados registrando alguma melhora após indicadores norte-americanos.

O BC informou na ata que "qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia", diferentemente da ata anterior, publicada em março, quando escreveu que a Selic poderia ficar "ligeiramente acima dos mínimos históricos", de 8,75 por cento ao ano.

Na última reunião, na quarta-feira da semana passada, o Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, para 9 por cento ao ano, mas o comunicado já havia deixado a porta aberta para a possibilidade de mais quedas, segundo analistas, o que levou a uma queda das taxas dos DIs nas sessões que se seguiram ao encontro.

A palava "parcimônia" trouxe dúvidas sobre qual será o ritmo de queda da Selic, segundo operadores.

Para eles, a curva de juros precifica cerca de 80 por cento das apostas em um corte de 0,25 ponto percentual, enquanto os 20 por cento restantes ainda veem queda de 0,50 ponto percentual.


A curva também já mostra algumas poucas apostas em mais uma queda de 0,25 ponto percentual na reunião de julho.

Entre os indicadores divulgados no Brasil, o mais aguardado era a taxa de desemprego, que subiu para 6,2 por cento em março, ante 5,7 por cento em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Analistas consultados em pesquisa da Reuters previam que a taxa seria de 6,0 por cento, conforme a mediana das estimativas. A bolsa brasileira operava próxima à estabilidade, descolada dos mercados externos, sob pressão das ações de bancos.

A Vale, que apresentou queda no lucro do primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado, também chegou a exercer influência negativa sobre o Ibovespa, mas as ações da mineradora ensaiavam uma recuperação no começo da tarde.

A cotação do dólar frente ao real também seguia descolada do movimento da moeda norte-americana no exterior. A divisa dos Estados Unidos tinha alta ante o real, com o mercado ainda na expectativa de uma possível atuação do Banco Central.

Nos dois dias anteriores, o BC fez um leilão de compra de dólares no mercado à vista por sessão. Balanços corporativos e indicadores da economia dos EUA ajudaram o índice FTSE Eurofirst das principais ações europeia a fechar próximo da estabilidade.

Já as bolsas dos Estados Unidos, mantinham-se em alta graças principalmente ao dado sobre vendas pendentes de moradias, que saltou 4,1 por cento em março, acima do esperado.

Já os novos pedidos de auxílio-desemprego, também divulgados nesta quinta-feira, tiveram leve queda na semana passada, para um volume sazonalmente ajustado de 388 mil. Economistas consultados pela Reuters previam uma queda maior, para 375 mil.

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