São Paulo – Embora tenha registrado mais pregões de alta do que de baixa durante a semana, o Ibovespa ainda terminou o período com uma queda de 1,59%, aos 66.703 pontos.

No início da semana, a confirmação de que a economia brasileira desacelerou em 2011 e o mau humor externo fizeram com que o Ibovespa perdesse 2,76% em um único dia, o maior percentual de queda dos últimos cinco meses.

Já nos últimos dias de pregão, duas notícias se destacaram e ajudaram o Ibovespa. No cenário interno, a redução da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) levou os papéis de setores como construção civil e varejo, com destaque para o Pão de Açúcar, para uma alta. Já no cenário externo, o sucesso da Grécia em sua troca de títulos para conseguir reduzir a dívida impulsionou os mercados e refletiu também no Brasil.

Confira as dez ações do Ibovespa que mais subiram e mais caíram nesta semana.

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Empresa/ Tipo	Ação	Preço (R$)	Variação %		Empresa/ Tipo	Ação	Preço (R$)	Variação %
Marfrig ON	MRFG3	11,31	9,38		MMX ON	MMXM3	9,14	-8,32
BR Malls ON	BRML3	24	7,58		Vale PNA	VALE5	39,93	-7,78
Pão de Açúcar PN	PCAR4	86,5	7,48		Bradespar PN	BRAP4	33,65	-7,68
Ambev PN	AMBV4	73,67	6,46		Vale ON	VALE3	41,11	-7,51
Duratex ON	DTEX3	10,16	6,28		Braskem PNA	BRKM5	15,15	-7,06
Telefônica PN	VIVT4	54,67	5,54		Petrobras ON	PETR3	24,87	-6,5
TAM PN	TAMM4	42,05	4,86		Petrobras PN	PETR4	23,71	-6,28
Hering ON	HGTX3	48,72	4,66		Hypermarcas ON	HYPE3	11,45	-5,37
CPFL Energia ON	CPFE3	29,13	4,6		Brasil Telecom PN	BRTO4	11,32	-3,9
Usiminas ON	USIM3	16,59	4,01		Santander UNT	SANB11	18,71	-3,8

Marfrig

Os papéis da Marfrig (MRFG3) continuaram subindo e terminaram a semana com uma alta de 9,38%, a maior do Ibovespa.

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Segundo Cauê Pinheiro, analista da corretora SLW, a alta nesta semana ainda é reflexo das mudanças anunciadas recentemente na estrutura do frigorífico. “Essas alterações deixam a empresa mais organizada e dão mais qualidade para a administração”, diz. “As mudanças também deram uma boa sinalização de onde a Marfrig pretende chegar”, completa o analista.

No final de fevereiro a empresa de alimentos anunciou a criação da unidade Seara Foods para combinar globalmente seus segmentos de aves, suínos e alimentos processados. As mudanças na empresa vão ajudar a reduzir custos, o que animou o mercado. Tanto que o papel já havia se destacado como maior alta de fevereiro.

Cauê Pinheiro afirma que a queda da Selic também pode ser positiva para a empresa, que fica com os custos de sua dívida mais baratos. A recomendação do analista para os papéis é de manutenção.

MMX

Na ponta de queda, destaque para os papéis da MMX (MMXM3). Victor Penna, analista do BB Investimentos, explica que o papel da empresa de Eike Batista é uma ação muito volátil e reage muito fortemente na bolsa a qualquer notícia que afete o setor de mineração, seja para o lado positivo ou negativo. “No início desta semana, o governo chinês anunciou que espera um desempenho menor para a economia em 2012 e isso derrubou os papéis de mineração”, afirma.

O primeiro-ministro da China anunciou no início da semana uma meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% em 2012, abaixo dos 9,2% registrados em 2011 e dos 10,4% de 2010.

Apesar da queda recente, o analista lembra que os papéis somam alta superior a 37% no ano. “Novamente, pela característica volátil, a ação reflete com força a alta da bolsa no ano”, explica.

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Outro destaque foram as ações preferenciais da Bradespar (BRAP4). A empresa de participações tem como principal investimento as ações da Vale. Segundo o último boletim quinzenal da Bradespar, divulgado no início do mês, a companhia tem 5,87% do capital de Vale ON (VALE3) e 0,07% de Vale PNA (VALE5). Com a queda dos papéis da mineradora, a empresa também sofreu.

No início da semana a Vale informou que recebeu uma cobrança de pendências tributárias, o que derrubou o papel imediatamente.

Em relatório distribuído para clientes, o analista Carlos De Alba, do Morgan Stanley, manteve a recomendação de “equal-weight” (alocação sugerida em linha com a média do mercado) para os ADRs da Vale, mas destacou o impacto negativo que a notícia teria sobre a ação. “Acreditamos que as cobranças tributárias continuarão limitando o apetite do investidor pelo papel”, afirmou o analista no documento.

Já os analistas do Itaú BBA, que consideraram a notícia “marginalmente negativa” para a Vale, mantiveram a recomendação de “outperform” para o papel, com preço-alvo de 30 dólares para o ADR (potencial de valorização de 24,7%) e de 53 reais para as ações VALE5 (potencial de valorização de 22,40%). “Esse é o primeiro valor a ser efetivamente cobrado da Vale, o que aumenta o risco de decisões similares no futuro”, destacam os analistas Marcos Assumpção e André Pinheiro em relatório enviado para clientes.

Na corretora do Santander, a recomendação para os papéis da Vale foi rebaixada de ‘compra’ para ‘manutenção’. Além das pendências tributárias, os analistas Felipe Reis e Alex Sciacio citaram em relatório os “resultados decepcionantes, atraso em início de projetos, capex maior e cenário negativo para custos e despesas”.

Carlos De Alba, do Morgan Stanley, também destacou outros pontos além da cobrança. Para ele, os múltiplos da Vale devem continuar depreciados enquanto o cenário macroeconômico (notícias da China e Europa) não apresentar melhora.

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