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As 10 ações que mais subiram e caíram na semana

Gafisa tem alta superior a 20% e Petrobras termina em queda

Construção da Gafisa: empresa subiu mais de 20% na semana (CLAUDIO ROSSI)

Construção da Gafisa: empresa subiu mais de 20% na semana (CLAUDIO ROSSI)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 17h50.

São Paulo – O Ibovespa recuperou o patamar dos 56 mil pontos e terminou a semana com leve alta de 3,07%, aos pontos. No ano, o índice tem queda de 1,14%.

Segundo Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos, o mercado vem sendo muito penalizado, assim como outros emergentes, por uma conjuntura internacional. “É natural que depois de quedas fortes, tenhamos movimentos corretivos. Mas isso não quer dizer que a alta é um tendência consolidada”, diz.

Para ele, o mercado brasileiro opera muito mais com base nas notícias da Europa do que da própria economia interna. Neste sentido, Zeno destaca que, no domingo, os gregos voltam às urnas para eleições. “O mercado está em estado de espera e a notícia desse final de semana vai ser fundamental para a bolsa”, diz. O domingo deve trazer novidades sobre a permanência da Grécia na zona do euro.

Apesar da alta semanal do índice, alguns dos principais ativos, como Petrobras, registraram baixa, conforme destaca Zeno.

Confira as dez ações do Ibovespa que mais subiram e caíram nesta semana.

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Empresa Ação Preço (R$) Variação %   Empresa Ação Preço (R$) Variação %
Gafisa GFSA3 3,03 22,18   Light LIGT3 23,5 -5,81
GOL GOLL4 9,67 22,1   Souza Cruz CRUZ3 25,68 -3,71
B2W BTOW3 6,21 13,11   Hering HGTX3 40,8 -3,32
Usiminas USIM3 9,7 11,49   Usiminas USIM5 7,45 -3,12
Brookfield BISA3 3,7 10,45   Petrobras PETR3 19,14 -3,04
Braskem BRKM5 12,11 9,59   Cielo CIEL3 54,8 -3,03
All Logística ALLL3 8,88 8,69   Petrobras PETR4 18,55 -1,75
PDG Realty PDGR3 3,65 8,63   OGX OGXP3 9,98 -1,58
Hypermarcas HYPE3 12,03 7,99   Embraer EMBR3 13,67 -0,94
Oi OIBR3 10,06 7,82   Redecard RDCD3 31,7 -0,47

Gafisa sobe mais de 20% com aquisição

Desde o pregão do dia 8 de junho, a ação da Gafisa vem registrando fortes altas no pregão e, nesta semana, terminou com valorização superior a 20%. Naquele dia, a empresa teve a primeira negociação após anunciar como faria para pagar a aquisição dos 20% restantes na Alphaville Urbanismo.


A Gafisa vai emitir 70,25 milhões de ações para completar a operação, valor estimado com base no preço de 5,11 reais por ação, apurado pela média diária da cotação de um determinado período.

Além da aquisição propriamente dita, a maneira do pagamento foi elogiada por analistas. “Acreditamos que os detalhes sobre o financiamento da operação descartam uma diluição significativa para as ações, pois os investidores estavam preocupados com o possível aumento na alavancagem se a Gafisa optasse por pagamento em dinheiro”, afirmaram os analistas do Santander Alexandre Amson e Fabiola Gama.

A Moody's Investors Service também avaliou bem a notícia. Embora tenha dito que os ratings corporativos da Gafisa não são afetados com a aquisição, a agência disse em comunicado que realizar a operação sem utilizar caixa é positiva para a empresa.

“Na nossa opinião, a operação é positiva do ponto de vista do crédito porque a empresa não utilizará seu saldo de caixa existente e nem elevará a alavancagem de seu balanço para aquisição da participação remanescente na empresa”, disse Marcos Schmidt, analista da Moody's, em comunicado. A empresa mantém os ratings Ba3/A3.br pela agência de classificação de risco.

Gol tesoura custos de novo e sobe

A Gol também registrou forte alta na semana com um incentivo a mais nos últimos dias. No meio do pregão de quinta-feira, a empresa informou que, após estudos de viabilidade, decidiu que vai parar de voar para Santiago, no Chile. Somente entre quinta-feira, dia do anúncio, e esta sexta-feira, o papel subiu 13,76%. Na semana, a alta superou 20%.

Punida por altas dívidas e custos vinculados ao dólar, que sobe forte frente o real, a empresa vem anunciando uma série de medidas para reduzir custos onde pode, inclusive demissões.

Petrobras entre destaques de queda

Nos últimos minutos de pregão, a Petrobras desocupou o posto de maior queda da semana, impulsionada por uma alta de 1,43% nas ações ordinárias nesta sexta-feira, e de 2,09% nas preferenciais. A maior queda da semana acabou com os papéis da Light.

Influenciando na desvalorização semanal, que ficou próxima de se destacar como a principal, os papéis da Petrobras tiveram duas notícias. Na noite de sexta-feira passada, a empresa informou que sua a produção de óleo e gás recuou em abril na comparação com o mês anterior, notícia que refletiu apenas a partir dessa semana.

Em relatório, os analistas Leonardo Zanfelicio e Karina Freitas, da Concórdia, afirmaram que a notícia é negativa para as ações da empresa, embora uma descoberta de petróleo anunciada no mesmo dia poderia ter impacto positivo.


O fato mais importante, porém, veio no meio da semana. A empresa aprovou seu “Plano de Negócios 2012-2016”, com aplicações de 236,5 bilhões de dólares no período. No plano anterior (2011-2015), os investimentos somaram 224,7 bilhões de dólares.

“A notícia é negativa para a Petrobras em nossa avaliação, pois quando comparamos o novo plano com o anterior, verificamos que a companhia está investindo mais e produzindo menos com praticamente os mesmos projetos”, afirmaram os analistas da Concórdia em outro relatório.

A corretora SLW também considerou a notícia negativa. “Um ponto que chama a atenção é o aumento dos investimentos em E&P [exploração e produção] e a redução das metas de produção, o que na teoria não deveria acontecer levando em consideração o aumento de investimentos na área”, afirmou o analista Erick Scott em relatório para clientes.

O plano de investimentos afastou a possibilidade ee realizar uma nova emissão de ações para financiar o projeto traçado, o que foi considerado como ponto positivo pelos analistas da Concórdia. “Por ora, esperamos que as ações da companhia continuem pressionadas no curtíssimo prazo, por isso, acreditamos que elas só são atrativas para aqueles investidores com foco no médio e longo prazo”, destacaram.

No ano, as ações ordinárias da Petrobras já acumulam queda superior a 17%, enquanto as preferenciais caem mais de 14%. Uma reportagem da agência Bloomberg apontou que a estatal brasileira se tornou o pior investimento entre as grandes petrolíferas neste ano. Na ponta contrária, mostrou a reportagem, as líderes em retorno no setor são a Ecopetrol, da Colômbia, e a chinesa Cnooc.

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