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Artilharia do BC e exterior fazem dólar despencar 3%

Dados desanimadores divulgados nos Estados Unidos pela manhã contribuíram para ampliar a baixa no mercado cambial brasileiro

Dólar: moeda à vista fechou a R$ 2,3560, com deslize de 3,36%. É a maior baixa porcentual desde 29 de junho de 2012, quando caiu 3,5% (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 17h14.

São Paulo - Após o Banco Central (BC) anunciar intervenções sistemáticas no câmbio até o fim do ano, o dólar à vista negociado no balcão caiu fortemente e voltou para abaixo dos R$ 2,40 nesta sexta-feira, 23.

Dados desanimadores divulgados nos Estados Unidos pela manhã contribuíram para ampliar a baixa no mercado cambial brasileiro. O dólar à vista fechou a R$ 2,3560, com deslize de 3,36%. É a maior baixa porcentual desde 29 de junho de 2012, quando caiu 3,5%.

Na máxima, logo na abertura, a cotação cedeu para R$ 2,4030 (-1,44%). Na mínima, às 16h12, marcou R$ 2,3550 (-3,40%). Perto das 16h30, o giro na clearing de câmbio da BM&FBovespa era contido, de apenas US$ 816,3 milhões. No mercado futuro, o dólar para setembro registrava giro superior a US$ 22 bilhões, com desvalorização de 3,24%, para R$ 2,3630.

O volume expressivo no mercado futuro resultou de reposicionamento de boa parte dos investidores. Ao anunciar leilões de swap de segunda a quinta-feira, além de leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) sempre às sextas-feiras, até 31 de dezembro, o BC tornou mais arriscado apostar na disparada do dólar ante o real.

"Muita gente está desarmando a posição comprada", comentou profissional da mesa de câmbio de um banco, em referência às apostas de avanço da divisa dos EUA. "Vimos hoje um movimento bem vendedor de dólares no futuro. Quem estava puxando o dólar até ontem, hoje está desarmando."

Pela manhã, a autoridade monetária ofereceu US$ 1 bilhão no leilão de linha - cujo resultado não é divulgado. Na próxima segunda-feira, começam a ser oferecidos os swaps, sempre em montantes de 10 mil contratos (US$ 500 milhões). Até o fim do ano, cerca de US$ 60 bilhões serão oferecidos em leilões para garantir liquidez no mercado cambial.

Profissionais classificaram como "natural" o dólar cair em meio à artilharia do BC. Ao oferecer mais moeda, o BC busca acalmar os investidores e reduzir a volatilidade.

Para Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, o dólar pode superar novamente os R$ 2,40 ou mesmo voltar para os R$ 2,30, dependendo do que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidir sobre a redução de estímulos à economia dos EUA. "A medida do BC não foi feita para mudar o patamar do câmbio. Se quisesse colocar o dólar para baixo, o BC poderia ser ainda mais agressivo, atuando, por exemplo, no mercado spot (à vista)", comentou. "Mas a nova medida do BC tem o objetivo de tirar a volatilidade do mercado."

Mais cedo, os dados de vendas de moradias novas nos EUA decepcionaram, o que trouxe um viés de queda para a moeda norte-americana no exterior, em relação a algumas divisas, e contribuiu para a baixa em relação ao real.

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São Paulo - Após o Banco Central (BC) anunciar intervenções sistemáticas no câmbio até o fim do ano, o dólar à vista negociado no balcão caiu fortemente e voltou para abaixo dos R$ 2,40 nesta sexta-feira, 23.

Dados desanimadores divulgados nos Estados Unidos pela manhã contribuíram para ampliar a baixa no mercado cambial brasileiro. O dólar à vista fechou a R$ 2,3560, com deslize de 3,36%. É a maior baixa porcentual desde 29 de junho de 2012, quando caiu 3,5%.

Na máxima, logo na abertura, a cotação cedeu para R$ 2,4030 (-1,44%). Na mínima, às 16h12, marcou R$ 2,3550 (-3,40%). Perto das 16h30, o giro na clearing de câmbio da BM&FBovespa era contido, de apenas US$ 816,3 milhões. No mercado futuro, o dólar para setembro registrava giro superior a US$ 22 bilhões, com desvalorização de 3,24%, para R$ 2,3630.

O volume expressivo no mercado futuro resultou de reposicionamento de boa parte dos investidores. Ao anunciar leilões de swap de segunda a quinta-feira, além de leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) sempre às sextas-feiras, até 31 de dezembro, o BC tornou mais arriscado apostar na disparada do dólar ante o real.

"Muita gente está desarmando a posição comprada", comentou profissional da mesa de câmbio de um banco, em referência às apostas de avanço da divisa dos EUA. "Vimos hoje um movimento bem vendedor de dólares no futuro. Quem estava puxando o dólar até ontem, hoje está desarmando."

Pela manhã, a autoridade monetária ofereceu US$ 1 bilhão no leilão de linha - cujo resultado não é divulgado. Na próxima segunda-feira, começam a ser oferecidos os swaps, sempre em montantes de 10 mil contratos (US$ 500 milhões). Até o fim do ano, cerca de US$ 60 bilhões serão oferecidos em leilões para garantir liquidez no mercado cambial.

Profissionais classificaram como "natural" o dólar cair em meio à artilharia do BC. Ao oferecer mais moeda, o BC busca acalmar os investidores e reduzir a volatilidade.

Para Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, o dólar pode superar novamente os R$ 2,40 ou mesmo voltar para os R$ 2,30, dependendo do que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidir sobre a redução de estímulos à economia dos EUA. "A medida do BC não foi feita para mudar o patamar do câmbio. Se quisesse colocar o dólar para baixo, o BC poderia ser ainda mais agressivo, atuando, por exemplo, no mercado spot (à vista)", comentou. "Mas a nova medida do BC tem o objetivo de tirar a volatilidade do mercado."

Mais cedo, os dados de vendas de moradias novas nos EUA decepcionaram, o que trouxe um viés de queda para a moeda norte-americana no exterior, em relação a algumas divisas, e contribuiu para a baixa em relação ao real.

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